CPI contra Moro tem de apurar ação de hacker, diz senador da Lava Toga
“Está claríssimo para mim que o alvo dessa ação é a Lava Jato. É preciso esclarecer como foi feito e quem pagou por isso”, detalhou
atualizado
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O senador Alessandro Vieira (PPS-SE), que foi proponente no Senado de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os tribunais superiores, a chamada CPI da Lava Toga, disse que só apoiaria uma eventual investigação da atuação do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores da Lava Jato caso a comissão também investigasse a ação criminosa de hackers, que teriam invadido o celular do atual ministro da Justiça e Segurança Pública.
“Uma CPI, para funcionar, teria que ter dois desdobramentos: se comprometer a esclarecer as condutas, mas também, em apurar uma ação criminosa, a meu ver, bastante articulada de um grupo de hackers que não é simples. Está claríssimo para mim que o alvo dessa ação é a Lava Jato. É preciso esclarecer como foi feito e quem pagou por isso”, disse o senador em entrevista ao Metrópoles.
Nesta segunda-feira (10/06/2019), diante da gravidade das mensagens divulgadas pelo site The Intercept, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), telefonou a senadores nos estados pedindo que antecipassem o retorno a Brasília, prevendo a articulação da oposição para criar a investigação.
“Estou antecipando a minha volta, a pedido do presidente Alcolumbre que percebeu a gravidade do momento”, disse Vieira.
O requerimento para a criação da CPI da Lava Toga foi uma iniciativa de Vieira que acabou não vingando no Senado. O objetivo era “investigar condutas ímprobas, desvios operacionais e violações éticas por parte de membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de tribunais superiores do país”.
Vieira chegou a reunir o número mínimo de 27 assinaturas para reapresentar um pedido de criação da investigação, no entanto, com a retirada de assinaturas, a proposta acabou não prosperando.
Para Vieira, as notícias sobre a conduta de Moro na época em que o ele estava na coordenação da Lava Jato não guardam correspondência com o objeto da Lava Toga. “Nosso foco era nos tribunais superiores. O que precisa ser investigado agora são possíveis falhas na primeira instância. Por isso, só apoiaria esta investigação caso se apure os dois lados”.