Para presidente da OAB, arquivamento da cassação de Aécio é deboche
Claudio Lamachia lamentou e disse que a atitude lança dúvidas sobre eventuais acordos que podem estar sendo feitos às sombras
atualizado
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O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia (foto em destaque), manifestou-se nesta sexta-feira (23/6) sobre o arquivamento do processo de cassação contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Lamachia classificou a medida como um deboche.
“Ao arquivar sumariamente a representação contra o senador Aécio Neves, o presidente do Conselho de Ética do Senado [senador João Alberto (PMDB-MA)] consegue, ao mesmo tempo, debochar da sociedade, que espera esclarecimento para as gravíssimas acusações, e agredir o Estado Democrático”, destacou Lamachia, em nota divulgada no início desta noite (23).
Depois de decidir pelo arquivamento, João Alberto afirmou ver injustiça na denúncia contra Aécio Neves. O pedido de cassação foi feito após a delação do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, na qual afirma que o senador mineiro teria recebido R$ 2 milhões em propina.Segundo o representante da OAB, a decisão de Alberto “frustra as expectativas de que o Congresso se paute pelos valores da transparência e da legalidade.” Lamachia ainda afirmou que a atitude do senador “lança dúvidas sobre eventuais acordos que possam estar sendo feitos nas sombras”.
Veja a nota na íntegra de Cláudio Lamachia:
“Ao arquivar sumariamente a representação contra o senador Aécio Neves, o presidente do Conselho de Ética do Senado consegue, ao mesmo tempo, debochar da sociedade, que espera esclarecimento para as gravíssimas acusações, e agredir o Estado Democrático.
Dentro do contexto atual, é imprescindível que o processo tenha curso no Conselho de Ética e que o senador Aécio possa prestar os esclarecimentos necessários, exercendo seu direito de defesa.
A lamentável decisão do senador João Alberto, presidente do Conselho, frustra as expectativas de que o Congresso se paute pelos valores da transparência e da legalidade. O arquivamento também lança dúvidas e especulações sobre eventuais acordos que possam estar sendo feitos nas sombras.”