Para oposição, protestos terão influência imediata no andamento do impeachment
A possibilidade do ex-presidente assumir uma pasta no governo também foi bastante criticada
atualizado
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Líderes de oposição no Congresso afirmaram nesta segunda-feira (14/3), que as manifestações deste domingo (13/3), terão repercussão imediata junto as parlamentares, o que será suficiente para aumentar a pressão pelo andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já avisou que retomará essa semana o trâmite do afastamento, assim que for concluído – na quarta-feira – o julgamento dos embargos de declaração pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do rito do impeachment.
“A influência será direta, junto aos parlamentares e, com certeza, agora, o impeachment está mais próximo do que nunca”, disse em nota o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). O deputado comemorou a participação de mais de 3 milhões de manifestantes nas ruas contra o governo Dilma e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. “Nunca se viu tanta gente a protestar, espontaneamente, contra esse governo e a mostrar, de forma civilizada, de forma pacífica e ordeira, repúdio a tudo o que está acontecendo com relação a esse desgoverno que tomou conta do País”, declarou.
Líder da oposição no Senado, José Agripino (DEM-RN), também acredita que o volume de manifestantes nas ruas vai atingir os partidos que compõem a base aliada do governo para se conquistar os 342 votos necessários no plenário da Câmara para autorizar o andamento do impeachment.
“O impacto da manifestação deste domingo é político e vai falar alto aos partidos da base do governo para sensibilizá-los quanto a necessidade de completarmos os 342 votos necessários para autorizar o processo de impeachment no Congresso”, afirmou Agripino, também por nota.
Lula ministro
Bueno criticou a possibilidade do ex-presidente assumir uma pasta no governo e disse que isso acontecer será um “escárnio”. Se confirmado, afirmou Bueno, será “um abraço de afogados dele com a presidente”. Para sair da crise política, Agripino defendeu uma “conjugação de forças” para fazer as reformas estruturais.
“Ninguém pense que vamos sair desse imbróglio que o governo do PT nos colocou sem fazermos as reformas estruturais necessárias. A conjugação de forças se faz urgente e a luz do túnel só aparece quando focamos as reformas estruturais”, disse.