Para Mourão, caso Coaf “causa incômodo”, mas ele confia em Bolsonaros
Vice-presidente eleito se referiu a futuro presidente e o filho Flávio, e reforçou que Jair Bolsonaro já disse para apurarem denúncias
atualizado
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O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, reconheceu que “causa incômodo” a demora de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), dar explicação sobre a sua movimentação bancária. “Óbvio que toda vez que você tem de dar explicação, isso incomoda, é desagradável. Mas volto a dizer. Tenho plena confiança no presidente e no Flávio. Confio nos dois”, afirmou.
Na quarta-feira (12/12), o presidente eleito afirmou pelas redes sociais que, se tiver “algo errado” no caso que envolve movimentações financeiras “atípicas” de ex-assessor de seu filho, “que paguemos a conta”. Bolsonaro, no entanto, disse que nem ele nem Flávio são investigados no caso. A declaração foi feita em transmissão nas redes sociais.
Segundo Mourão, Bolsonaro “foi claro” ao dizer que “se investigue e apure”. “Então, para mim, morreu o assunto”, destacou o futuro vice-presidente, acrescentando não acreditar que essa questão respingará no próximo governo federal. “Agora é esse Queiroz. A coisa toda está centrada nele”, observou.
A seguir, os principais trechos da entrevista do general Mourão sobre o tema:
Essa situação toda não está deixando o presidente em uma situação delicada, com essa demora?
O presidente deu a explicação dele. Para mim morreu o assunto.
O senhor está dizendo que o assunto está resolvido?
O Bolsonaro foi claro na live que fez ontem (nesta quarta-feira, 12). Não tem mais o que tocar nisso aí. O que ele disse? que se investigue e que se apure. Então, para mim, morreu o assunto.
Mas ninguém sabe ainda direito a história desse dinheiro e de outras transferências. As explicações foram suficiente?
Aí compete a vocês, da imprensa, furungarem esse assunto. Eu não tenho instrumentos pra dizer qualquer coisa. Desconheço a profundidade do caso e estou de acordo com as palavras do presidente. O presidente foi claro.
Mas isso não respinga na imagem dele, no governo?
Não. O presidente já falou o que tinha de falar. Agora é esse Queiroz. A coisa toda está centrada nele.
Mas Queiroz não apareceu até agora para dar explicações…
Eu não sei. Eu não tenho conhecimento do assunto. Eu tenho de ir pela palavra do presidente e eu confio na palavra dele.
Essa situação causa incômodo?
Incômodo causa, né… É óbvio porque toda vez que você tem de dar explicação, isso incomoda, é desagradável. Mas volto a dizer. Tenho plena confiança no presidente e no Flávio. Confio nos dois.
E essa demora toda não está deixando o presidente em uma situação delicada?
O presidente deu a explicação dele. Repito. Para mim morreu o assunto.
O senhor acha que o presidente demorou a dar explicação?
A explicação inicial ele deu de cara, dizendo que o dinheiro depositado na conta da esposa dele era de pagamento do empréstimo. Pronto, morreu. Mas continuou a pressão. Ele esperou um tempo aí da pressão e e aí resolveu vir a público, fez a live ontem (quarta-feira, 12) e deixou claro a posição dele, de uma forma muito direta, dizendo que se investigue e se puna se tiver coisa errada para ser punida.
Mas essa demora em dar explicação não foi longa demais?
Ele mesmo estava colhendo dados para saber, que história era essa. Afinal de contas, o cara era assessor do filho dele, não dele.
Esse episódio todo não atrapalha o início do governo?
Eu não acho que atrapalhe o governo. Fora alguns comentários de imprensa, não estou vendo as redes sociais fazendo rebuliço com isso. Não acho que haja uma pressão enorme. Acho que existe este questionamento. Há questionamento e alguma resposta terá de surgir para isso aí. Mas não da parte do Bolsonaro.