Para Mourão, Brasil sofre ataques internacionais por “questão ideológica”
Vice-presidente da República afirma que pretende continuar com ações na Amazônia até o fim do mandato, em 2022
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), chefe do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAM), disse nesta segunda-feira (5/10) que o país tem sofrido ataques internacionais devido a uma “questão ideológica” contrária ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Durante entrevista à Rádio Eldorado, Mourão falou em queda no desmatamento e tornou a defender mineração em terras indígenas.
Mourão também garantiu a continuidade das operações militares na Amazônia, que, segundo ele, continuam até 2022. Atualmente em curso, a Operação Verde Brasil tem data para acabar. Ela se encerraria em julho, mas acabou prorrogada até novembro.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizados pelo vice-presidente, foram desmatados 269,8 mil km² da floresta tropical entre 2000 e 2018, o que daria uma média de 15 mil km² ao ano. Com o cálculo, Mourão argumentou que o atual governo vem reduzindo o desmatamento, mas omitiu a tendência de redução registrada no Brasil entre 2009 e 2018, e revertida já no primeiro ano da atual gestão, quando foram desmatados 10.129 km², 34% a mais do que no ano anterior.
Durante a entrevista, Mourão defendeu a necessidade de investimento em satélites nacionais para sanar a dependência por imagens de equipamentos de outros países. “Hoje essas imagens estão abertas, em domínio público, mas se amanhã o dono do satélite quiser fechar o acesso o que nós vamos fazer? Além disso, esses satélites não veem através de nuvens, ao contrário dos que estamos desenvolvendo. É uma questão de soberania”, afirmou.