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Para Michel Temer, gravar presidente é um ato “gravíssimo”

O peemedebista reagiu ao ser questionado sobre supostas gravações realizadas pelo ex-ministro Marcelo Calero no caso Geddel

atualizado

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1 de 1 michel temer - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

“Gravar uma pessoa clandestinamente é indigno; gravar a fala de um presidente da República é gravíssimo”. Foi assim que o presidente Michel Temer (PMDB) reagiu ao ser questionado, neste domingo (27/11) sobre supostas gravações realizadas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.

Temer afirmou que havia um conflito de interesses entre o Iphan da Bahia e o nacional, no caso do embargo das obras do prédio em que o secretário de Governo, Geddel Vieira, tem um apartamento e, por isso, teria pedido a Calero para encaminhar o caso à Advocacia-Geral da União (AGU).

O presidente afirmou ter ficado surpreso com um novo pedido de encontro feito por Calero, hora em que o então ministro supostamente retornou ao gabinete da presidência para gravá-lo. “Eu estava apenas arbitrando conflitos, que é o que eu mais fiz até agora em toda a minha vida pública”.

Para evitar futuros problemas, o peemedebista anunciou que vai pedir ao gabinete da Segurança Institucional que grave todas as audiências que tiver daqui para frente, com o intuito de dar transparência à sua gestão. “Assim, a gente acaba com isso. Esse diz que me disse”, completou.

Mesmo após a crise gerada pelo ex-ministro Geddel, Michel Temer disse que vai se recordar dele no governo como alguém de “boa conduta” e com bom diálogo no Congresso.

A fala do presidente ocorreu durante o anúncio do pacto para que a proposta que anistia o caixa 2 em campanhas eleitorais não seja votada dentro do pacote anticorrupção. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também participaram da coletiva.

O caso
Geddel Vieira Lima pediu demissão na sexta-feira (25), por causa da acusação de tráfico de influência feita por Marcelo Calero à Polícia Federal. O baiano foi o sexto ministro a deixar o governo Temer em apenas seis meses.

O ex-ministro da Cultura teria se recusado a atender a solicitação e se queixou ao presidente Michel Temer. A crise aumentou depois que Calero prestou depoimento à Polícia Federal e acusou Geddel e o próprio presidente da República de o pressionarem para que autorizasse a obra.

 

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