Para Maia, prisão de Crivella é “abusiva” e visa “criminalizar a política”
Parlamentar mencionou o julgamento do Mensalão, que condenou e prendeu, sem exposição dos investigados
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, nesta terça-feira (22/12), que a prisão do atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi “abusiva” e tem a finalidade de “criminalizar a política”.
O parlamentar mencionou o Mensalão, que teve o processo comandado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, e no qual houve julgamentos, condenações e prisões, sem exposição prévia.
“O prefeito [Marcelo Crivella] tem endereço fixo, poderia estar sendo investigado mesmo sem a prisão e poderia avançar a investigação, ser condenado e aí sim cumprir a pena. Acho que é mais uma prisão que tem sido ponto de criminalizar a política e antecipar condenação e pré-julgamentos em relação aos políticos”, declarou Maia.
O presidente da Câmara lembrou que Crivella foi adversário do seu correligionário, o agora prefeito eleito Eduardo Paes (DEM-RJ), que venceu o segundo turno por 64,07% dos votos válidos contra 35,93% do atual mandatário municipal. “Foi meu adversário, mas nem por isso vou deixar de defender aquilo que entendo que é o correto com o estado democrático de direito”, destacou.
Crivela foi preso na manhã desta terça-feira, em operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil que investiga o chamado “QG da Propina”, um suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de contratos na Prefeitura do Rio. Crivella deixaria a Prefeitura no próximo dia 31 de dezembro.