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Para Lira, pressão de Ciro não fará PDT mudar votos pró-governo em PEC

Deputado afirma que o partido saberá “deixar a poeira baixar” e conseguirá contornar a situação para manter apoio à PEC dos Precatórios

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse, nesta quinta-feira (4/11), que não acredita em “mudanças bruscas” na avaliação de deputados sobre a PEC dos Precatórios, aprovada nesta madrugada. Segundo Lira, o resultado positivo deve se repetir no segundo turno de votação da matéria, marcado para a próxima terça (9/11).

O deputado também comentou o gesto de Ciro Gomes (PDT), que suspendeu a pré-candidatura à Presidência após discordar do apoio do partido à matéria. 

A proposta foi aprovada em primeiro turno pelo plenário da Casa. Os deputados deram 312 votos a favor – quatro a mais do que os 308 necessários. Para obter apoio das bancadas, o relator e Lira incluíram uma emenda aglutinativa no texto. Uma das siglas que teve os pedidos atendidos foi justamente do PDT.

O apoio da legenda à matéria provocou ruídos e repercutiu negativamente entre os pedetistas. Entre as siglas de oposição, só PDT e PSB deram votos a favor da PEC.

Diante da pressão de Ciro e demais filiados para que a sigla mude de opinião e vote contra a proposta em segundo turno, Lira avalia que o PDT manterá o voto favorável ao texto acordado.

“Não acredito em mudanças partidárias bruscas, porque todos os assuntos da PEC são claros. Nós tínhamos quase 60 deputados ausentes da votação e não vai acontecer isso na terça-feira. O quórum será maior, enfatizou Lira.

Questionado se há preocupação para que a pressão de Ciro Gomes reverta o apoio do PDT à PEC, Lira foi taxativo: “Absolutamente”. “O PDT terá a temperança de deixar a poeira baixar neste final de semana”, declarou.

Entenda

Ciro Gomes anunciou, nesta quinta-feira (4/11), que deixará sua pré-candidatura suspensa até que a bancada do PDT reverta o apoio à proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da renegociação do pagamento de precatórios.

A matéria prevê a limitação anual de gastos com precatórios, que são dívidas do governo com condenação judicial definitiva, além de promover a correção das quantias com base na taxa Selic, permitindo que se altere o formato de cálculo do teto de gastos. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (4/11), por 312 votos a 144.

Pelo Twitter, Ciro afirmou que o partido não pode “compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas”. “Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional”, escreveu.

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