Para líder do PSL, reforma é “abacaxi” e governo deve mandar a “faca”
Delegado Waldir (GO) reclamou da falta de articulação do Planalto com parlamentares e da proposta previdenciária para os militares
atualizado
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O líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (GO), disse que o governo precisa explicar melhor aos deputados os pontos da reforma da Previdência se quiser que a proposta tenha um trâmite mais célere na Casa. Correligionário do presidente Bolsonaro, Waldir afirmou que o governo entregou um “abacaxi” que os deputados não têm como “descascar nos dentes”.
“Tem que trazer a faca para ajudar a descascar”, disse, criticando a falta de diálogo do governo com os parlamentares, o que tem gerado um clima de total indisposição dos congressistas em dar andamento ao texto, segundo o líder.
A reclamação de que os ministros palacianos não recebem os parlamentares é comum nos corredores da Câmara, principalmente entre deputados da base.
Waldir também criticou a forma diferenciada com que estão sendo tratados os militares na reforma da Previdência. “Essa preocupação é do governo. Não é do Parlamento. O Parlamento tem sim o seu compromisso com a reforma da Previdência”, afirmou.
“Vieram nosso ministro da Economia [Paulo Guedes] e nosso presidente [entregar o texto ao Congresso]. E [Bolsonaro] disse para toda sociedade brasileira que todos serão tratados de forma igualitária, que queremos quebrar privilégios… Mas não temos como [depois da declaração] trazer este texto da reforma da Previdência dos militares, que trata de forma diferente carreiras policiais”, disparou o líder do PSL.
“Havia uma previsão de economia de quase R$ 100 bilhões nessa reforma dos militares e ela baixou para R$ 10 bilhões. Esses 10% serão os mesmos 10% que ele vai adotar em todo pacote da Nova Previdência?”, questionou.
O deputado disse ter apoiado a decisão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischini (PSL-PR), de adiar a indicação do relator para dar início à tramitação da proposta. “O governo precisa vir até aqui a Casa e dar uma explicação. Quem vai colocar a digital é cada parlamentar”, concluiu o delegado Waldir.