metropoles.com

Para governo, fechamento da fronteira com a Venezuela é ilegal

Chefe do GSI da Presidência da República, general Etchegoyen, disse que é “impensável” impedir entrada de venezuelanos no país

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
José Cruz/Agência Brasil
Ministro
1 de 1 Ministro - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen, afirmou nesta segunda-feira (20/8), ser “impensável” o fechamento da fronteira imigraçãoentre Brasil e Venezuela. Para ele, cabe ao governo de Roraima avaliar sobre um pedido ao presidente Michel Temer para decretar o emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública, por meio de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Na esteira de conflitos com brasileiros que levaram à expulsão de milhares refugiados de volta à Venezuela, o governo federal enviará nesta segunda uma comitiva de técnicos de nove ministérios a Roraima – nenhum ministro viajará.

“Fechamento da fronteira é impensável, porque é ilegal. A lei determina o acolhimento de refugiados e imigrantes nessa situação”, disse Etchegoyen. “É uma solução que não ajuda em nada a questão humanitária.”

O governo do Estado já conseguiu, na primeira instância da Justiça Federal, fechar temporariamente a fronteira, em ação derrubada pelo governo na instância superior. O Supremo Tribunal Federal (STF) também rejeitou ação proposta pelo governo estadual no mesmo sentido.

Segundo Etchegoyen, os pedidos de apoio feitos pelo governo de Roraima ao Palácio do Planalto até o momento foram por mais patrulhamento na região de fronteira, o que as Forças Armadas já faziam por rotina, com previsão legal.

Ele disse que cabe à governadora Suely Campos (PP) avaliar se é o caso de solicitar ao presidente a decretação de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado, dando aos militares poder de polícia, e comunicando o esgotamento dos recursos estaduais de segurança pública.

“Os crimes que ocorreram no episódio não são crimes transfronteiriços, são crimes comuns. Nesses o Exército não pode agir, mesmo que esteja na região de fronteira. Pode agir se houver GLO. O ofício que a governadora nos mandou pedia patrulhamento na área de fronteira. Esse ofício já estava sendo atendido”, afirmou o ministro.

Para Etchegoyen, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal devem auxiliar a Polícia Civil na apuração dos crimes ocorridos no fim de semana: “Essas pessoas serão responsabilizadas. Hoje, imagino que fora da influência da massa, os cidadãos pensando individualmente devem estar concluindo que aquilo não vai construir nada.”

A previsão é de que os técnicos decolem de Brasília nesta segunda-feira às 14 horas. O grupo é composto por servidores do GSI, Defesa, Justiça, Segurança Pública, Casa Civil, Itamaraty, Direitos Humanos, Desenvolvimento Social e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Eles visitarão Paracaima e Boa Vista para avaliar providências que levem à “descompressão” da tensão, segundo o ministro. Ele informou que a previsão de retorno é para terça.

O general citou, como medidas avaliadas pelo governo, a ampliação de abrigos e aceleração na construção de outros, melhoria nas comunicações, dada a baixa qualidade de conexão de internet, vacinação.

“A situação em Roraima hoje é boa, é tranquila. A situação está mais calma. Obviamente que há tensão, mas não há conflitos, nem perspectiva, nem incitamento a conflito nesse momento”, disse Etchegoyen.

O ministro avaliou que, no momento, não há risco para brasileiros que estejam do lado venezuelano da fronteira. Ele informou que o Exército venezuelano escoltou brasileiros de volta a Roraima no fim de semana.

“O governo está tomando todas as medidas para que aceleremos o processo de interiorização, transferência dos venezuelanos que quiserem para outros estados da União. Todas as medidas visam à segurança e ao bem estar da população de Roraima, dando o tratamento digno que merece qualquer imigrante ou refugiado, de acordo com a lei de imigração brasileira”, afirmou.

O presidente Michel Temer também se reunirá nesta segunda com outros ministros para discutir a crise migratória em Roraima Uma tratará da construção do “linhão” de Tucuruí, para abastecer de energia elétrica o Estado, hoje dependente de energia elétrica venezuelana, cuja transmissão tem sofrido interrupções. Outra será com os ministros das áreas mobilizadas na crise.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?