Para Gleisi, murros de Heleno na mesa expõem “ódio patológico” a Lula
O general se exaltou durante café da manhã com jornalistas e defendeu prisão perpétua para o ex-presidente
atualizado
Compartilhar notícia
A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu ao que chamou de “ataque de truculência” do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno que, em café da manhã, realizado nesta sexta-feira (14/06/2019), entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e jornalistas, deu murros na mesa e defendeu prisão perpétua para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hofmann argumentou que a manifestação do general demonstrou “ódio patológico” de Lula, em um momento em que a versão de perseguição política ao ex-presidente vem ganhando corpo perante a sociedade, após o vazamentos de conversas de integrantes da Lava Jato. Nesses diálogos, há uma suposta influência do então juiz Sergio Moro no trabalho dos procuradores da operação Lava Jato.
“O deplorável ataque de truculência do general Augusto Heleno diante de jornalistas, esta manhã (14/06), expõe cruamente seu ódio contra o presidente Lula e tudo o que ele representa para o sofrido povo brasileiro. É um ódio patológico que transborda no momento em que vem sendo confirmada, para o Brasil e o mundo, a verdade sobre a farsa judicial que levou Lula à prisão injusta e ilegal”, disse a petista.
Para Gleisi, ao exigir “prisão perpétua” para Lula, o general demonstrou desprezo pela Constituição Federal. “A Constituição do Brasil não prevê tal pena para ninguém”. “Sua fala constitui clara ameaça ao Supremo Tribunal Federal (STF), que está prestes a julgar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na ação em que condenou o ex-presidente, em conluio ilegal com a Força-Tarefa da Lava Jato”, disse a petista, por meio de nota.
“O general Heleno repete, com murros na mesa, o mesmo tipo de pressão exercida contra o STF pelo então comandante do Exército, em maio de 2019, no julgamento do habeas corpus do ex-presidente. Lula Livre é o maior pesadelo para quem serve a um governo lesa-pátria, que entrega as riquezas do país a interesses estrangeiros, trai a soberania e ataca os direitos do povo”, disse a deputada.
Irritação
A irritação de Heleno ocorreu quando jornalistas e Bolsonaro conversavam sobre as dúvidas levantadas por Lula em relação ao atentado sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro durante a campanha. O questionamento foi feito pelo ex-presidente na quinta-feira, em entrevista à TVT.
“Como disse Lula em entrevista divulgada na véspera, “quem serve a um governo que bate continência para a bandeira de outro país não merece ser general”. Diante da verdade exposta de forma tão clara, o general Heleno reagiu com preocupante desequilíbrio, desrespeitando e ofendendo aquele que foi seu comandante supremo durante oito anos”, explicou.
“Mais que uma transgressão dos códigos de disciplina militar, foi uma agressão à democracia, que exige nosso repúdio. O Brasil não merece ser governado pela truculência, pelo autoritarismo e por meio de ameaças às instituições”, disse a petista.