Para garantir ida de Lula a velório do neto, PT não fará manifestações
Deslocamento do ex-presidente para participar do sepultamento, em São Paulo, é tratado de forma sigilosa pela Justiça
atualizado
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A militância do PT decidiu não se mobilizar pela liberação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). A avaliação do comando da sigla é que, se fosse realizada, a manifestação dos apoiadores poderia atrapalhar a liberação de Lula para comparecer ao velório do neto Arthur, de 7 anos, que morreu vítima de meningite nesta sexta-feira (1º/3), em São Paulo. Consternado com a notícia, o ex-ministro Ricardo Berzoini (PT-SP) disse que “a hora é da família” e que o trajeto e o horário da transferência estão sendo mantidos em sigilo.
“Da nossa parte, garantiremos todo o respeito e as condições necessárias para que, ainda hoje, Lula tenha o direito de se despedir do neto querido”, diz nota divulgada pela Vigília Lula Livre. “Esperamos veementemente que Lula não viva nenhum arbítrio e possa estar presente ao velório do neto”, completa o texto.
A Vigília Lula Livre vive hoje um dos momentos mais tristes e duros de todo o seu período de resistência. Nos solidarizamos imensamente com o presidente Lula devido ao falecimento de seu neto, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos. O choro e a dor de cada militante presente na vigília deve ser estendido como força e carinho a Lula
Trecho de nota divulgada pela Vigília Lula Livre, que não fará manifestações
Da mesma forma, o Comitê Nacional Lula Livre lançou nota dizendo esperar que a Justiça se comporte de forma diferente do que ocorreu na ocasião da morte do irmão do ex-presidente, Genival Inácio da Silva, o Vavá, em janeiro deste ano: o Supremo Tribunal Federal chegou a liberar o petista, após recurso da defesa, mas não houve tempo hábil de o ex-presidente acompanhar a cerimônia fúnebre em São Paulo.
“Esperamos que a Justiça brasileira não negue que o ex-presidente possa se despedir de seu neto e garanta o direito previsto na Constituição Federal”, diz a nota.
O pedido para que Lula deixe a prisão para acompanhar a despedida de Arthur foi protocolado às 14h07 pelo advogado Cristiano Zanin, que faz a defesa do ex-presidente. “O artigo 120, inciso I, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) expressamente assegura o direito do cidadão em situação de encarceramento sair temporariamente do estabelecimento em que se encontra na hipótese de falecimento de descendente”, afirma o documento.
A petição foi colocada em sigilo nível 4, de forma que apenas a juíza responsável pela apreciação do caso e alguns servidores poderão visualizá-la.