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Para frear impeachment, Witzel exonera secretário criticado por deputados

Mais poderoso assessor do governador, Lucas Tristão era criticado pelos parlamentares e desgastava relação com Alerj

atualizado

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Tomaz Silva/Agência Brasil
Witzel
1 de 1 Witzel - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Depois de acenar a ele na semana passada com a exoneração de adversários internos, o governador do Rio, Wilson Witzel, demitiu nesta quarta-feira (03/06), o secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão.

Tido como braço direito do mandatário no governo, o assessor era criticado por integrantes da própria administração e por deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Tristão também é peça central na investigação do Ministério Público que apura um suposto esquema de corrupção na Saúde em meio à pandemia da covid-19.

A exoneração, publicada em edição extra do Diário Oficial nesta manhã, é uma forma de se aproximar dos deputados que pedem em massa o impeachment do governador. O presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), vem dando sinais de que dará abertura ao processo. O principal desgaste se deu na semana passada, quando Witzel exonerou o secretário de Casa Civil, André Moura, responsável pela interlocução com a Alerj e adversário interno de Tristão no governo.

Na sessão desta terça-feira, deputados de diferentes ideologias, incluindo o presidente, criticaram abertamente o governador e o agora ex-secretário – Tristão chegou a ser chamado de “governador em exercício” por Thiago Pampolha (PDT).

Também foi criticada a tentativa de oferecer diversas secretarias do Executivo a deputados, no que foi considerado por Ceciliano um desrespeito ao parlamento. Pragmático, o petista já chegou a ser considerado aliado de Witzel, mas tem cada vez mais manifestado insatisfação com o mandatário.

Os deputados estaduais listaram os problemas pelos quais a gestão Witzel vem passando, como a investigação do Ministério Público sobre corrupção na Saúde e a reprovação das contas do governo pelo Tribunal de Contas. Em meio a isso, há ainda a instauração de uma comissão especial para analisar os contratos emergenciais firmados durante a pandemia.

Neste cenário, a exoneração de Tristão foi o mais claro aceno de Witzel aos deputados na tentativa de se manter no cargo. Nesta manhã, o governador também decretou intervenção na organização Iabas, responsável por gerir sete hospitais de campanha anunciados para o combate ao coronavírus – só um deles foi entregue, e de modo parcial. Os contratos emergenciais com a empresa estão no foco das acusações do MP sobre o esquema de corrupção na Saúde.

Clima na Alerj ainda é de insatisfação

Mesmo com a saída de Tristão, o clima ainda é de insatisfação na Alerj, por haver um cenário em que o governo é jogado nas cordas por diferentes fatores. “Exonerar Lucas Tristão é o mínimo, mas não afasta os crimes de responsabilidade cometidos. O que está feito, está feito. Os atos de improbidade foram praticados pelo governador. O impeachment deve continuar. O povo do Rio não aceitará que acabe em pizza”, afirmou o deputado Chicão Bulhões (Novo), cujo pedido de impeachment incluía o nome de Tristão.

No início desta tarde, o governador divulgou um vídeo à imprensa em que diz ter descoberto que 500 aparelhos comprados pela organização social não são respiradores, mas “carrinhos de anestesia”, que não poderiam ser utilizados nos hospitais.

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Witzel presta depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira
Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
O governador Witzel e o vice-presidente Hamilton Mourão
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Witzel foi citado em delação por ter indicado o município de Duque de Caxias para receber os repasses do Fundo Estadual de Saúde

Rafaela Felliciano/Metrópoles
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Witzel presta depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira

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Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

Divulgação
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Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O governador Witzel e o vice-presidente Hamilton Mourão

Reprodução/TV Globo

“Não podemos continuar com erros, eles precisam ser corrigidos. A Fundação Estadual de Saúde assume para concluir as obras, operar o sistema e deixar um legado. Esses hospitais de campanha serão muito importantes para a reabertura da economia, para gerar empregos e, principalmente, para ajudar no futuro com cirurgias eletivas”, disse.

A briga entre governo e Iabas será judicializada. Witzel afirmou que está colaborando com as investigações. Na semana passada, ele teve três celulares e três computadores apreendidos pela Polícia Federal. O governador disse ainda que deve anunciar a reabertura econômica do Estado no próximo fim de semana, mesmo com o Rio tendo registrado ontem 224 mortes pela covid-19 em 24 horas.

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