Para Dilma, STF corrigiu rumo, mas estrago de Moro é “irreparável”
A ex-presidente apontou que uma das consequências da Lava Jato foi a ascensão de Bolsonaro, a quem ela chama de “neofascista”
atualizado
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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou suas redes sociais para elogiar a decisão tomada nesta terça-feira pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o ex-juiz Sergio Moro suspeito em processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para a ex-presidente, com a decisão, o STF corrigiu o maior atentado contra a Justiça cometido na história do país.
“O STF corrige o maior atentado contra a Justiça cometido na história do Brasil. Confirma que um juiz parcial e faccioso comandou um grupo de procuradores que abusavam de seu poder para fabricar acusações, condenar um inocente e destruir o estado democrático de direito”, apontou a ex-presidente.
1 O STF corrige o maior atentado contra a Justiça cometido na história do Brasil. Confirma que um juiz parcial e faccioso comandou um grupo de procuradores que abusavam de seu poder para fabricar acusações, condenar um inocente e destruir o estado democrático de direito. (…)
— Dilma Rousseff (@dilmabr) March 23, 2021
“A decisão histórica dos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármem Lúcia restabelece a verdade, invalida todas as decisões tomadas por Moro e seus subordinados e devolve a Lula a condição de inocente das acusações injustas que sofreu”, disse Dilma.”
“O caráter prepotente, discricionário e ilícito das práticas de um juiz que conspirou contra o réu, mancomunado com um grupo de procuradores, recebeu um rotundo basta da mais alta corte do Judiciário brasileiro”.
Dilma, que acabou sofrendo um processo de impeachment em 2016, com um governo já desgastado pelas acusações da Lava Jato e pela economia em queda, apontou, no entanto, que o estrago cometido pela Lava Jato é irreparável. Ela aponta como consequência a eleição do presidente Jair Bolsonaro, a quem ela ela classifica de “neofascista”.
“Apesar disso, o estrago que cometeram é irreparável: a interferência política para eleger um presidente neofascista, a destruição de grandes empresas e de milhões de empregos, a volta da fome e da miséria. Sobretudo, a complacência diante da doença e das mortes.
“Moro e seus comandados devem ser julgados por seus crimes, com respeito ao devido processo legal e pleno direito de defesa, algo que sempre negaram a Lula.”