Para Crivella ser gay é parte do sofrimento do bebê no útero da mãe
Em vídeo feito em 2012, o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro afirma que os gays fazem parte de um “mal terrível”
atualizado
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O candidato do PRB à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, afirmou, em pregação em 2012, que a homossexualidade pode ter origem no sofrimento do bebê ainda no útero da mãe. Segundo ele, gays merecem compreensão porque podem ser fruto de aborto malsucedido.
O vídeo, divulgado no YouTube, contrasta com as explicações que Crivella tem dado para o livro “Evangelizando a África”, publicado quando ele tinha 42 anos, em que se refere à homossexualidade como “mal terrível”. O senador tem dito que era “um rapazinho intolerante”, quando escreveu o livro, e que não voltou a cometer os mesmos erros. “A gente aprende com o tempo”, disse Crivella.Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella fez as declarações no Cenáculo da Fé, templo no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.
Vocês já repararam como os homossexuais são devotados as suas mães? Já repararam como os homens que se relacionam com outros homens têm verdadeira idolatria pela imagem da sua mãezinha querida? ‘Mamãe, mamãe, mamãe, minha mãezinha, minha mãezinha’. Você vê como uma criança pode sofrer no útero da mãe.
Marcelo Crivella
E continua: “De tal maneira é a vida, que muitas vezes a gente acusa pessoas, às vezes acusam e tratam tão mal um homossexual sem saber os dramas que ele vive, as angústias que ele sofre, os seus problemas. Às vezes se diz: ‘fulano é um pau que nasce torto, e não tem jeito’. Às vezes, a mãe tentou um aborto.”
A mesma lógica se aplica, segundo Crivella, a “muita gente da favela, meninos envolvidos no tráfico, nas drogas”, que nasceriam “já desesperados”. “Imagina você estar no útero da sua mãe e a sua mãe, por uma série de problemas, tentar te matar, não conseguir. Como depois você vai encarar o mundo? É difícil”
Tolerância
Em nota, Crivella afirmou que a frase sobre homossexuais foi pinçada em um “momento eleitoral” e “mais uma vez tenta carimbar no candidato uma visão de intolerância que não corresponde à sua vida pública. Tampouco representa o sentido da longa explanação de onde as palavras foram retiradas com objetivo político. Nela, a fraternidade, a compreensão e a tolerância são defendidos”.