Para conter crise, Bolsonaro tem semana de reuniões e pauta reformista
Presidente terá encontros com congressistas aliados, ministros e com o presidente do STF, Dias Toffolli, para diminuir desgaste no governo
atualizado
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Um dia após a exoneração do secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mantém uma agenda extensa no Palácio do Planalto. Nesta terça-feira (19/2), o chefe do Executivo comandou a primeira reunião ministerial após alta do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na última quarta-feira (13).
Bolsonaro conversou com os ministros sobre os arranjos da reforma da Previdência, que será apresentada nesta quarta-feira (20/2). Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Economia, Paulo Guedes, estiveram no encontro. Um dos pontos centrais da conversa foi o estancamento de crises no governo para que a aprovação do texto não seja prejudicada.
Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro vai entregar os projetos pessoalmente ao Congresso.
Ainda na agenda de Bolsonaro, estava a solenidade de encaminhamento do Projeto de Lei Anticrime ao Congresso Nacional. Essa é uma das principais medidas traçadas para os 100 primeiros dias de governo. Ao todo, 14 leis serão alteradas.
Pouco antes do almoço, o presidente entrou em reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli. Participam outros integrantes da equipe de governo, como os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno.
Os conflitos internos do partido do presidente também terão destaque nos compromissos de Bolsonaro. Um dia após a demissão de Gustavo Bebianno, pivô da crise na sigla, o deputado Luciano Bivar (PSL/PE), presidente do partido, almoça com o chefe do Palácio do Planalto.
Semana de articulações
Nesta quarta-feira (20/2), Bolsonaro recebe a bancada do PSL para um café da manhã com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Entre os assuntos a serem tratados estão o apoio para a aprovação da reforma da Previdência e do projeto anticrime de Moro e o futuro da sigla após a crise sobre o desvio de verbas de campanha nas últimas eleições.
À tarde, o governo apresenta a íntegra da reforma da Previdência que pretende encaminhar ao Congresso. O presidente fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV em defesa da aprovação da medida.
Bolsonaro encerra a semana ainda no campo da articulação política para aparentar normalidade no governo. A quinta-feira (21/2) será reservada para mais uma reunião com Lorenzoni e o líder do governo na Câmara, deputado major Vitor Hugo. Participam também líderes da base aliada.
Depois, o governo coloca interlocutores para trabalharem na aprovação da reforma da previdência. O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO) se reúne com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.