Para Bolsonaro, passaporte da vacina é forma de “discriminar, separar as pessoas”
Presidente tem criticado a exigência, adotada em algumas cidades, da comprovação de vacinação para acesso a determinados ambientes e eventos
atualizado
Compartilhar notícia
Em agenda em Belo Horizonte (MG) nesta quinta-feira (30/9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer críticas ao passaporte da vacina e afirmou que o documento é uma forma de “discriminar” as pessoas que optaram por não tomar o imunizante.
Algumas cidades brasileiras têm exigido a apresentação do Certificado Nacional de Vacinação contra a Covid-19 para a entrada em ambientes coletivos, tais como cinemas, teatros, academias, estádios, museus, galerias e conferências. Países da Europa também têm adotado a exigência do comprovante, como forma de evitar a propagação da doença e incentivar a imunização.
“O governo federal tem feito a sua parte. A gente espera que os governadores não pratiquem mais política de lockdown nem essa nova, [que] está na moda agora por parte de alguns prefeitos, em especial, o tal do passaporte da vacinação. É uma maneira de discriminar, separar as pessoas”, disse o mandatário da República, em entrevista à CNN Brasil.
“Devemos garantir a liberdade daqueles que querem e que não querem se vacinar. O governo federal tem oferecido vacina para todos aqui no Brasil. É o governo federal quem tem comprado vacinas para todo mundo. Quem quiser tomar tome. Quem não quiser [tem] liberdade para não tomar”, prosseguiu.
Mais cedo, em participação em evento na capital mineira, Bolsonaro disse que as posições tomadas por ele acerca da vacina contra a Covid-19 não são opiniões e pautas negacionistas, e sim, democratas. Ele também havia defendido que é preciso respeitar “o direito daqueles quem não quer se vacinar”.
“Temos que respeitar o direito de ir e vir, trabalho, liberdade de culto, não aceitar o passaporte da Covid-19 e não aceitar narrativas. Esse país nasceu livre. Eu jurei dar a minha vida pela pátria e tenho certeza que todos vocês darão a vida por liberdade em nosso Brasil”, disse o chefe do Executivo nacional.
Na quarta-feira (29/9), a Justiça suspendeu o passaporte da vacina no Rio de Janeiro, que havia sido determinado pela Prefeitura do Rio. A decisão foi proferida pelo desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça do Rio.
O Congresso Nacional debate um projeto que cria o chamado passaporte Covid, um documento que conteria informações sobre a imunização contra o coronavírus e seria válido em todo o território nacional. Bolsonaro já disse que vetará a matéria, caso ela seja aprovada.
PIB
A respeito da economia, Bolsonaro ressaltou, na entrevista à rede de televisão, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2021, de 5,2%.
“No corrente ano, a última projeção de crescimento do Brasil é de 5,2%. No meu entender, é um número excepcional. Estamos saindo da pandemia de forma bastante forte. Agora, as respostas não são de imediato, é a curto e médio prazo”, assinalou o presidente.
A população tem sido pressionada pela inflação e pelo preço dos combustíveis. A inflação do país em agosto fechou, mais uma vez, acima das expectativas do mercado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,87%, o maior percentual registrado para o mês desde 2000. Em julho, o indicador havia sido de 0,96%. Em 12 meses, a inflação já acumula 9,68%.