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Para articular apoio ao marco fiscal, Haddad desiste de ir à China

O ministro Fernando Haddad viajaria à China para reunião do Banco dos Brics (NBD) no próximo sábado (27/5), mas decidiu permanecer no Brasil

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1 de 1 Imagem colorida do ministro Fernando Haddad - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desistiu de viajar à China nos próximos dias, quando negociaria ajuda financeira à Argentina em reuniões com a presidente do Banco dos Brics (NBD), a ex-presidente Dilma Rousseff, nos dias 30 e 31, e com os ministros de Finanças dos países do Brics.

A informação foi antecipada pelo Broadcast e confirmada pelo Metrópoles. A decisão foi motivada pelas articulações em busca de votos para aprovar o novo marco fiscal no Congresso.

Após passar pela Câmara dos Deputados nesta semana, o projeto chegou ao Senado Federal nesta quinta-feira (25/5). A oposição tenta fazer com que o texto passe por comissões temáticas antes de ser avaliado pelo plenário, o que pode atrasar a tramitação.

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O novo marco fiscal é tema prioritário para a agenda econômica do governo. Ele vai substituir o teto de gastos como ferramenta de controle das contas públicas. Além de condicionar o crescimento das despesas à alta nas receitas, a proposta promete zerar o déficit já em 2024 e prevê um piso de investimentos públicos e condiciona. Mudanças feitas pelos deputados federais no texto original tornaram as regras ainda mais rígidas.

Ajuda à Argentina

Haddad viajaria ao país asiático a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para acertar a negociação de ajuda financeira à Argentina. Ele já esteve na China com o próprio Lula em abril. A previsão era de embarque no próximo sábado (27/5) e regresso ao Brasil em 1° ou 2 de junho.

No início deste mês, o presidente da ArgentinaAlberto Fernández, esteve em Brasília para reuniões com Lula e Haddad. Na ocasião, o governo federal indicou a possibilidade de oferecer linhas de crédito aos empresários brasileiros que exportarem para o país vizinho.

Missão dada por Lula

Durante sua participação no G7 Financeiro, no Japão, há cerca de duas semanas, Haddad discutiu a crise no país vizinho com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Estados Unidos.

Recentemente, o FMI se comprometeu com um programa de socorro ao país sul-americano que previa o pagamento de US$ 44 bilhões em 30 meses – tendo como contrapartida a adoção de medidas para combater a inflação. Até o fim do ano passado, haviam sido desembolsados US$ 23,5 bilhões. Desde a retomada da democracia na Argentina, em 1983, já houve 13 acordos com o FMI.

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A entrada de Haddad na negociação atende a um pedido do presidente da República. Além da preocupação econômica, dado que a Argentina é um dos principais parceiros econômicos do Brasil, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos, existe uma questão política.

O governo brasileiro entende que interceder pela Argentina junto ao FMI e outros organismos internacionais cacifa o Brasil a se consolidar, perante o mundo, sua posição de líder do continente.

Crise econômica argentina

A Argentina enfrenta uma grave crise econômica. O dólar, por exemplo, tem registrado recordes em comparação ao peso, moeda argentina. A inflação no país está 104% ao ano, maior percentual em 30 anos.

Recentemente, Alberto Fernández anunciou que não vai se candidatar à reeleição. No anúncio, ele disse que a Argentina enfrenta “tantas dificuldades”, citando que há famílias em situação de pobreza ou de baixa renda e a seca que atinge o país, chamada por Fernández de a pior do último século.

Lula e Alberto Fernández são aliados políticos. Fernández esteve na posse de Lula em 1º de janeiro deste ano, e visitou o aliado quando o petista estava preso em Curitiba (PR), em razão de uma condenação na Operação Lava Jato.

Em janeiro deste ano, Lula foi a Buenos Aires, em sua primeira viagem internacional como novo presidente do Brasil. Em discursos, os dois chefes de Estado defenderam a criação de uma moeda comum.

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