“Países não estão vacinando o povo como um todo”, diz Bolsonaro
Brasil ainda não começou vacinação contra Covid-19. Governo já anunciou importação de doses, mas nenhum imunizante foi aprovado pela Anvisa
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores, nesta terça-feira (5/1), que os países que estão imunizando a população contra a Covid-19 não estão “vacinando como um todo”.
“Mais ou menos 25% dos países estão vacinando. E detalhe: um fabricante vendeu 10 mil vacinas para vinte e poucos países. Eles estão vacinando, mas não estão vacinando o povo como um todo. E 10 mil vacinas para um país não é nada e não interessa que seja o Paraguai, com população pequena, ou até uma Alemanha, com população média, ou Brasil”, afirmou o presidente a seu público no Palácio da Alvorada.
“Com isso vem a pressão, pressão porque vende… Agora, criaram um pânico perante a população. Quando eu falei lá atrás que tinha que enfrentar… ‘Ai, ele despreza a morte’. Tem que enfrentar, pô”, prosseguiu.
Países como Israel, Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca, Rússia, Alemanha, Canadá, China, Itália e Bahrein largaram na frente na corrida para aprovar imunizantes e usá-los em suas populações. Essas nações começaram a vacinar no final do ano passado.
Israel lidera a imunização da população. Mais de 1,3 milhão de pessoas já receberam vacina no país, que tem uma população de 9 milhões.
No Brasil, a vacinação ainda não começou. O governo já anunciou a importação de doses (leia mais abaixo), assim como a produção em laboratórios locais, mas nenhum imunizante foi aprovado emergencialmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Importação de doses
Mais cedo, nesta terça, o Itamaraty conformou que o Brasil irá importar 2 milhões de doses da vacina de Oxford produzidas na Índia. Segundo o governo, a data provável de entrega será a partir de meados do corrente mês de janeiro.
Nessa segunda (4/1), o Instituto Serum, responsável pela fabricação do imunizante na Índia, informou que o governo do país havia proibido as exportações da vacina, sob o argumento que o imunizante produzido no país seria para assegurar, em primeiro lugar, a vacinação da população indiana.
Depois, porém, nesta terça, o Instituto Serum prometeu “uma implantação tranquila das vacinas na Índia e no mundo”.