Painel gigante em Porto Alegre associa esquerda ao narcotráfico e PCC
Painel foi colocado em um dos pontos de maior visibilidade em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, na quinta-feira (11/8)
atualizado
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Um painel de mais de 10 metros de altura convocando para manifestações pró-Bolsonaro em 7 de Setembro foi instalado em um edifício na saída de Porto Alegre (RS) na última quinta-feira (11/8).
O texto apresenta dois lados: um amarelo e com a bandeira do Brasil e outro vermelho acompanhado por uma foice e martelo cruzados, símbolo do comunismo. Abaixo de cada símbolo, há frases diferenciando os dois lados, como “valores cristãos” x “ideologia de gênero”, “liberdade” x “censura”, “agro forte” x “MST forte”, “a favor polícia” x “a favor do PCC” e “ordem e progresso” x “narcotráfico”. Acima, está a frase “Você decide” e, no rodapé, o chamado para os atos alusivos ao feriado da Independência.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) está convocando apoiadores a irem às ruas “pela última vez” contra os “surdos de capa preta” em 7 de Setembro. A militância já está respondendo e organizando caravanas para Brasília no feriado da Independência, no intuito de casar o ato em apoio ao presidente ao desfile militar que voltará a ser realizado após hiato de dois anos causado pela pandemia da Covid-19.
Bolsonaristas também têm se organizado para atos em outras cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.
A instalação do painel gerou reações de políticos e militantes de esquerda. A ex-deputada federal Manuela D’Ávila, por exemplo, o classificou de “criminoso” e questionou: “Quem pagou?”.
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Em comunicado pelas redes sociais, a empresa exibidora de conteúdo — Life — afirmou exibir as campanhas contratadas por seus clientes, desde que estejam de acordo com as normas do mercado publicitário e com a legislação vigente.
“O conteúdo das campanhas é de responsabilidade dos anunciantes que contrataram, e conviver com a simpatia ou rejeição a estas faz parte da liberdade que deve prevalecer na sociedade”, diz a empresa.
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O Metrópoles tenta contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e com o Ministério Público do estado (MP-RS).