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Padre Kelmon processa Igreja Ortodoxa em R$ 500 mil por danos morais

No processo, Padre Kelmon pede indenização de R$ 500 mil por danos morais e o direito de resposta à nota veiculada pela igreja

atualizado

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Reprodução
Padre Kelmon no debate do SBT
1 de 1 Padre Kelmon no debate do SBT - Foto: Reprodução

O ex-candidato à presidência da República nas eleições de 2022, Kelmon Luís da Silva Souza – conhecido como Padre Kelmon (PTB) – processou a instituição religiosa da qual diz fazer parte. Conhecido por fazer “dobradinhas” nos debates com o também candidato Jair Bolsonaro (PL), o suposto padre disputou o pleito e obteve 81 mil votos.

A ação, segundo a defesa de Kelmon, é para refutar a manifestação da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil, na qual afirmou em 14 de setembro do ano passado, que além de não ser padre, o então candidato nunca havia feito parte do corpo da instituição.

No processo, ele pede indenização de R$ 500 mil por danos morais e o direito de resposta à nota veiculada pela igreja.

Ainda de acordo com o advogado Diego Maxwell, a nota da igreja provocou um efeito negativo à imagem de Kelmon. “Por conta daquela nota, ele teve sua imagem denegrida”, disse.

Igreja negou vínculo em setembro

Na nota datada em 14 de setembro, o arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil, Dom Tito Paulo George Hanna, afirmou que Kelmon nunca fez parte da comunidade.

“Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja”, começa o texto da Igreja Ortodoxa.

“Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais”, disse trecho do documento.

Na ocasião, a igreja precisou fazer o esclarecimento em razão do argumento que Kelmon usava nas campanhas eleitorais, afirmando ser padre da corporação.

Expulsão

Com a repercussão, em dezembro de 2022, alguns meses após o pleito, a Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil decidiu desligar Kelmon de sua congregação. A informação foi publicada no dia 16 de dezembro, pela própria entidade em uma rede social.

“Decidimos cancelar a Provisão 0025/21 conferida ao Pe. Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar do clero o Pe. Kelmon Luis da Silva e também o Pe. Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana”, diz a igreja.

O decreto de suspensão foi assinado pelo arcebispo metropolitano no Peru e autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, Mor Francisco Ángel Ernesto Móran Vidal, e pelo vigário episcopal do Brasil, monsenhor Miguel Phellype.

O Metrópoles tentou contato com a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil, mas até a última atualização desta matéria não teve sucesso. O espaço segue aberto.

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