Padilha: “Era em que se dizia que ia ‘fuzilar’ a oposição acabou”
Sem citar nomes, o ministro Padilha alfinetou o ex-presidente Bolsonaro, que em comício eleitoral em 2018 disse que “fuzilaria a petralhada”
atualizado
Compartilhar notícia
Em discurso no café da manhã com o Conselho Político da Coalizão, no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (8/2), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a “era em que se falava em fuzilar a oposição” acabou.
“Estamos compondo, de fato, uma frente ampla de construção política, de esforço de união e de reconstrução do país. Quero reafirmar que aquela era que existia aqui no Palácio do Planalto em que se dizia que ia ‘fuzilar’ a oposição acabou. Estamos constituindo uma frente ampla de debate”, disse Padilha.
Apesar de não citar nomes, o ministro se refere à fala do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante campanha eleitoral de 2018 segurou um tripé fazendo gestos de disparos e convidou os presentes em um comício a “fuzilar a petralhada toda”. O fato aconteceu no Acre.
Veja o momento:
Atos de 8 de janeiro
Na fala, Padilha ainda relembrou o episódio de 8 de janeiro, no qual bolsonaristas golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes: o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). O ato completa um mês nesta quarta-feira.
“Queria relembrar que estamos completando 30 dias daquele ataque terrorista ao STF [Supremo Tribunal Federa], Congresso e Palácio [do Planalto]. Essa sala que estamos nos reunindo aqui foi violentada de forma absurda, nos atos terroristas.
Padilha enfatizou que os espaços que foram invadidos pelos criminosos são os espaços onde se faz “política” e que, é “simbólico” que, na sala onde os bolsonaristas entraram, hoje, acontece uma reunião de vários políticos que, em alguns casos, não pensam igual, mas se esforçam para “construir consenso para unir e reconstruir o país”.
“Nós mostramos e o Brasil mostrou que a humanidade criou a política para que nossas divergências não terminassem em guerra. Foi a política e os 27 governadores de cada partido que vieram aqui 24 horas depois daquele ato terrorista e a intervenção cirúrgica, seguindo o que está na Constituição Federal, seguido pelo que o presidente Lula determinou”, disse.