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Padilha e Moreira irrigavam campanhas eleitorais do PMDB

Segundo denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) feitas ao STJ, ministros receberam R$ 53,5 milhões da maior empreiteira do país

atualizado

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PGR – Procuradoria Geral da Republica
1 de 1 PGR – Procuradoria Geral da Republica - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A abertura de inquéritos com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht colocou oito ministros do governo Michel Temer – entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) – sob investigação. Segundo as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros receberam R$ 53,5 milhões da maior empreiteira do País.

As acusações contra os ministros envolvem os crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Segundo os delatores, os pagamentos estão ligados de caixa 2 de campanhas eleitorais a repasses de propinas relacionadas a obras, contratos ou projetos de interesse da Odebrecht.

Nos inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, Padilha e Moreira são suspeitos de cobrar propina para irrigar campanhas eleitorais do PMDB, segundo delações do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, e mais cinco executivos. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves”, por causa da “solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e do presidente Michel Temer”.

Primeiro escalão
O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), é suspeito de ter recebido R$ 20 milhões entre 2008 e 2014, a pretexto da obtenção de vantagens pela sua condição de prefeito de São Paulo e, depois, de ministro das Cidades. Segundo a PGR, há “vários episódios informados pelos colaboradores e como se deram os pagamentos”. O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), é suspeito de ter recebido um total de R$ 600 mil divididos em diversos pagamentos, para beneficiar temas de interesse da Odebrecht dentro do Congresso, entre 2010 e 2012.

O inquérito do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), vai apurar fraude “ao caráter competitivo de processo licitatório associado à construção do Rodoanel Sul”, obra do governo do Estado de São Paulo. Segundo a PGR, os colaboradores narram a ocorrência de “solicitação de vantagem indevida, a pretexto de doação eleitoral, efetuada pelo então chefe da Casa Civil do governo de São Paulo.” Teriam sido repassados R$ 500 mil.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é alvo de investigação, sob suspeita de ter recebido R$ 12 milhões para campanha ao governo do Mato Grosso, em 2006. Segundo a Odebrecht, a empresa detinha créditos por causa de obras públicas realizadas no Estado, que não eram honrados por conta da incapacidade financeira estadual.

O ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho (PMDB), será investigado por suspeita de ter recebido R$1,5 milhão da empreiteira para sua campanha ao governo do Pará, em 2014. Marcos Pereira (PRB), ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, teria recebido para seu partido R$ 7 milhões. O repasse seria parte de um pagamento de R$ 24 milhões solicitado pelo então ministro da Fazenda Guido Mantega para comprar apoio à chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer, em 2014.

O pedido de abertura de inquérito contra o ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), foi devolvido à PGR.

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