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Padilha: denúncias contra Temer causaram prejuízo político ao governo

O ministro-chefe da Casa Civil reconheceu que, mesmo com a recusa da denúncia por parte da Câmara, o episódio trouxe “estragos”

atualizado

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1 de 1 eliseu-padilha-840×577 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As denúncias feitas pelo executivo Joesley Batista, em maio de 2017, que envolveram o presidente Michel Temer, trouxeram prejuízo político para o governo e também para a aprovação da reforma da Previdência. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (17/5) pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista a jornalistas de agências internacionais, quando questionado sobre a influência dessas denúncias na política e economia do país.

“Não posso ignorar que isso trouxe prejuízo político para o governo porque, durante algum tempo, tivemos de gastar energia para fazer com que o Congresso Nacional se ocupasse da análise e da negativa de autorização, a fim de o presidente não ser processado. O fato não existia, isso foi esclarecido e o Congresso não recebeu a denúncia”, afirmou.

Mesmo com a recusa da denúncia por parte da Câmara, o episódio trouxe prejuízos porque se perdeu tempo analisando o caso, reconheceu o ministro, que também foi denunciado com Temer devido às delações da JBS. A colaboração premiada dos irmãos Batista e outros diretores do grupo lançou ainda acusações sobre o também ministro Moreira Franco, à época na Secretaria-Geral da Presidência e hoje no Ministério de Minas e Energia) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

“A reforma da Previdência estava praticamente aprovada quando esse tópico veio à luz. Se tivéssemos aprovado essa reforma, seguramente a situação fiscal brasileira e inclusive a projeção de crescimento do PIB teria sido muito diferente. Então, houve prejuízo na aprovação da reforma da Previdência”, enfatizou o ministro.

Padilha aproveitou para defender a necessidade da reformulação das regras previdenciárias do país e disse não ser possível “pensar em estabilidade fiscal no Brasil sem ter coragem de se enfrentar essa questão”. Ele lembrou que mais de 50% do orçamento da União hoje está comprometido com a seguridade social, especificamente com a Previdência Social.

“Não podemos continuar com isso. Temos de seguir no rumo da reforma”, afirmou, lembrando que talvez não seja possível mais fazer no governo Temer, em razão da intervenção na área de segurança do Rio de Janeiro – a medida impede a votação de emendas constitucionais. Mas, destacou, o próximo governo terá de debater e ter propostas para a questão. “Como ocorreu em outras nações do mundo, que tiveram que enfrentar esse tópico, nós teremos de enfrentar”, afirmou.

Popularidade
Padilha foi questionado sobre as razões de a popularidade do presidente Michel Temer continuar tão baixa, apesar dos avanços observados na economia do país. Segundo ele, uma das razões para isso é a denúncia de maio de 2017, feita por Joesley Batista, e toda a sua repercussão na sociedade.

“Tivemos e temos aquela tradução do episódio de maio de 2017, que acaba reverberando até hoje, o presidente é atacado moralmente. E, em que pese ele ter se defendido, a Câmara ter rechaçado a denúncia, o episódio acabou nos trazendo prejuízos políticos”, afirmou. Segundo Padilha, os avanços são percebidos pela população, mas não creditados ao presidente Temer.

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