Padilha assume Secretaria de Relações Institucionais e prega “diálogo”
Secretaria com status de ministério integra a Presidência e foi recriada pelo presidente Lula. Órgão é responsável pela articulação política
atualizado
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O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) tomou posse, nesta segunda-feira (2/1), como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), pasta recriada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que é responsável pela articulação política do governo.
Durante seu discurso de posse, Padilha pregou que o atual governo será uma gestão de diálogo. Ele ainda assegurou que nenhum político que faça oposição a Lula será “metralhado”, em referência a uma fala do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, em 2018, quando ainda era candidato, disse: “Vamos fuzilar a petralhada”. Na ocasião, Bolsonaro ainda pegou um tripé de uma câmera e fingiu estar disparando uma metralhadora.
“Esse ministério é o ministério do diálogo. Esse governo, liderado pelo presidente Lula e pelo vice-presidente Alckmin, é o governo do diálogo. Não existe aqui alguém que vai falar de ‘metralhada’ contra a oposição. Essa época acabou”, disse o agora ministro.
Em sua fala, o chefe da Secretaria de Relações Institucionais ainda ressaltou que atos de discriminação e preconceito não serão tolerados durante sua gestão.
“Neste ministério está proibido insultar, agredir, ameaçar qualquer agente político, seja ele de qual seja o partido. Neste ministério do governo do presidente Lula está proibido desrespeitar ou discriminar qualquer pessoa pela sua situação sócio-econômica. Neste ministério está proibido praticar qualquer ato do crime de racismo, do crime da homofobia, da misoginia. É com respeito e diálogo à diversidade que a gente pode dar conta dos desafios que o país tem pela frente”, afirmou.
Equipe
Como chefe de gabinete, Padilha escolheu Richard Back, que até então comandava o time de análise política da XP Investimentos. Jornalista de formação, Back já trabalhou na Câmara dos Deputados como assessor das lideranças do PT e do governo durante as gestões Lula e Dilma.
Para a secretaria-executiva, Padilha escolheu Olavo Noleto, que já trabalhou na Presidência da República nos governos do PT.
O advogado e analista judiciário do STF Jean Keiji Uema, por sua vez, será chefe da assessoria especial.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) André Ceciliano vai integrar a Secretaria de Assuntos Federativos.
Perfil
Padilha é médico formado pela Unicamp. Em 2022, foi reeleito para o segundo mandato na Câmara, o qual não deverá exercer em razão da nomeação para o governo. Foi diretor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em 2004 e,de 2005 em diante, exerceu cargos no governo federal, como chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais, subchefe da Secretaria de Assuntos Federativos.
Em 2009, se tornou ministro da Secretaria de Assuntos Federativos, Brasília. Já entre 2011 e 2014 foi ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff (PT). Durante sua gestão na Saúde, foi formulado o programa Mais Médicos.
Entre 2015 e 2016, assumiu duas pastas na gestão de Fernando Haddad (PT) na prefeitura de São Paulo: a Secretaria Municipal de Relações Governamentais e a Secretaria Municipal de Saúde.