Pacheco sobre impeachment de ministros do STF: “Não é recomendável”
Caso Bolsonaro cumpra o prometido, caberá ao presidente do Senado decidir sobre a abertura ou não do processo
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou, nesta terça-feira (17/8), que um processo de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) neste momento, como anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, “não é recomendável para um Brasil que espera uma retomada do crescimento”.
“Já há pedidos de impeachment de ministros do STF no âmbito do Senado. A Presidência entendeu que não havia ambiente nem justa causa para o encaminhamento e a evolução desses pedidos porque entendemos que precipitarmos uma discussão de impeachment, seja do Supremo, seja do Presidente da República, ou qualquer tipo de ruptura, não é algo recomendável para um Brasil que espera uma retomada do crescimento, uma pacificação geral, uma pauta de desenvolvimento econômico, de combate à pobreza, ao desemprego. Essa pauta ficaria prejudicada com o esgarçamento das instituições”, declarou Pacheco a jornalistas.
Bolsonaro disse, no último final de semana, que entregaria pedido de afastamento dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Riberto Barroso – que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – ao Senado. Caberá a Pacheco deliberar sobre a abertura ou não do possível processo contra os integrantes do Supremo.
Ao ser questionado especificamente sobre a promessa de Bolsonaro, Pacheco disse que é preciso aguardar para saber se o fato vai se concretizar.
“Vamos aguardar os desdobramentos, naturalmente que toda iniciativa do presidente da República deve ser considerada, mas é melhor aguardar que os acontecimentos surjam para que haja um posicionamento formal do Senado”, disse Pacheco. “Ao ser instado, o Senado vai ter o dever de se manifestar com a altivez que lhe é peculiar”, acrescentou.
Reunião com Fux
Pacheco e o presidente do STF, ministro Luiz Fux, têm uma reunião marcada nesta quarta-feira (18/8), na Suprema Corte, para debater a situação.
“O STF tem parcela de contribuição, o Congresso também, o presidente da República igualmente. O importante é nós apararmos as arestas e, enfim, pacificar a sociedade brasileira. E isso passa por um exemplo de pacificação dos homens públicos que comandam o país”, disse.