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Pacheco sobre empresários que falaram em golpe: “Traição à Pátria”

Presidente do Congresso afirmou que empresários prestam “desserviço ao país”, mas disse não ver “risco concreto à democracia”

atualizado

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Filiação do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD 7
1 de 1 Filiação do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD 7 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), repudiou, nesta terça-feira (23/8), as declarações dadas por empresários em defesa de golpe de Estado, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) saia derrotado nas eleições deste ano. As mensagens trocadas pelos empresários em um grupo de WhatsApp motivou ações da Polícia Federal e foram divulgadas pelo colunista Guilherme Amado.

Nesta manhã, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de contas bancárias e das redes sociais dos empresários. O magistrado também pediu a quebra de sigilo financeiro dos investigados e expediu mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas pela Polícia Federal.

Pacheco disse não ter conhecimento da operação da PF, mas resumiu as manifestações dos envolvidos como “desserviço ao país” e “traição à Pátria”.

“Qualquer pessoa que prega retrocesso democrático, atos institucionais ou volta da ditadura está completamente equivocado. É um desserviço ao país, é uma traição à Pátria e isso obviamente tem que ser rechaçado e repudiado com toda veemência pelas instituições”, disse.

Para o senador, não há “risco concreto à democracia”. “Nossa democracia está tão assimilada, forte e institucionalizada pela sociedade que considero esses arroubos, que precisam ser repudiados, não fazem gerar um risco concreto à democracia. São manifestações infelizes que devem ser rechaçadas”, completou.

O caso

Guilherme Amado revelou que empresários apoiadores de Jair Bolsonaro passaram a defender abertamente um golpe de Estado, caso Lula seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente. A possibilidade de ruptura democrática foi o ponto máximo de uma escalada de radicalismo que dá o tom do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado e cujas trocas de mensagens vêm sendo acompanhadas há meses pela coluna.

Foram alvos da operação: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da rede de lojas Havan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

Veja os diálogos:

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A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes, soma-se a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro.

O outro lado

Alvo de operação da Polícia Federal (PF), o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, afirmou, nesta terça-feira (23/8), que foi “tratado como bandido”, mas está com a consciência limpa.

“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa”, declarou Hang, em nota à imprensa. “Desde que me tornei ativista político, prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, prosseguiu.

O proprietário da Havan contou que trabalhava na empresa, às 6h, quando a PF o abordou e recolheu seu telefone celular.

“Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp, está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações do Brasil”, concluiu.

A assessoria de Luiz André Tissot, da Sierra Móveis, disse que ele não vai se pronunciar sobre a operação.

A reportagem do Metrópoles tenta contato com a defesa de todos os empresários citados.

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