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Pacheco sobre autonomia do BC: “Não significa poder absoluto”

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, elogiou a autonomia do BC, mas considerou que a medida não garante poder absoluto à autarquia

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1 de 1 imagem colorida mostra rodrigo pacheco presidente do congresso nacional - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) (imagem em destaque), elogiou nesta segunda-feira (22/5) a autonomia do Banco Central (BC), afirmando que o processo blinda a autarquia de eventuais interferências políticas, mas que o órgão não tem “poder absoluto”.

“Não significa poder absoluto”, disse Pacheco. “Considero a autonomia do BC uma conquista do Brasil. [São] tempos modernos, em que a autonomia e a prevalência da técnica são coisas importantes para se evitar interferências políticas por vezes indesejadas”, completou. A declaração foi feita a jornalistas em São Paulo, após um evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febrabam) e a Folha de S. Paulo.

O senador defendeu a redução da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está “travada” em 13,75% ao ano. “O Banco Central tem compromisso com a solidez do sistema financeiro, com a estabilidade da nossa moeda, mas tem também com o bem-estar da população e com o pleno emprego, de modo que é compromisso do BC, compreender o momento que estamos vivendo e a necessidade de uma redução gradativa da taxa de juros”, disse o parlamentar.

BC sob ataques

A autonomia e a elevada Selic vêm sendo alvo de ataques desde a campanha eleitoral de 2022. Um de seus principais críticos do BC é o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Concedida em 2021 durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL),  não é só a autonomia do BC que é questionada, mas o comando da instituição, hoje nas mãos de Roberto Campos Neto, escolhido por Bolsonaro e chancelado pelo Senado.

Em um evento promovido no dia 1º de maio, Lula declarou que o país não podia viver com uma taxa que não controla mais a inflação. “A gente não poder viver mais em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje”, disse.

Já no dia 4 de maio, durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, Lula alfinetou o BC novamente e Campos Neto.

“É muito engraçado o que se pensa nesse país, todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juro. ‘Ninguém fala de juro’, como se um homem sozinho soubesse mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, declarou Lula.

Em seguida, ele se dirigiu ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto: “Não estou dizendo isso, Roberto Campos, porque concordo com você não”, arrancando risadas dos presentes. Em seguida, o petista defendeu que o Conselhão discuta a taxa de juros, “se quiser”.

O PT chegou a fazer um vídeo chamando o BC de “inimigo da produção e dos investimentos”.

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