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Pacheco reage a “contragolpe” de Bolsonaro: “Vigilância do Congresso”

Presidente do Senado criticou convocação de ato contrário ao Judiciário: “Patriotas unem o Brasil, e não dividem”

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Coletiva de imprensa com presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
1 de 1 Coletiva de imprensa com presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), usou as redes sociais, nesta segunda-feira (16/8), para comentar a mensagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que defende a necessidade de um “contragolpe” e convoca apoiadores para que se manifestem no dia 7 de setembro. O objetivo do ato proposto pelo chefe do Executivo federal seria mostrar que as Forças Armadas têm apoio popular para uma ruptura institucional.

Após tomar conhecimento do movimento do mandatário do país, Pacheco voltou a adotar o tom “moderador” com o qual está acostumado a reagir às manifestações mais acaloradas de Bolsonaro.

O senador defendeu que “neste momento de crise, mais do que nunca é recomendável a busca de consensos e o respeito às diferenças”. “Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”, enfatizou.

O presidente do Congresso Nacional voltou a defender o diálogo entre os Poderes e disse que o Parlamento está vigilante a potenciais retrocessos democráticos. “Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao país. E os avanços democráticos conquistados têm a vigorosa vigilância do Congresso, que não permitirá retrocessos”, completou.

Saia justa

Pacheco está no centro do furacão da crise institucional entre o Executivo e o Judiciário. Isso porque caberá ao senador receber, de Bolsonaro, um pedido de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme noticiado pelo colunista Igor Gadelha, aliados do presidente do Senado temem que Bolsonaro deixe o parlamentar em uma “saia justa” durante a entrega dos atos pedindo a destituição de Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

O temor é que o chefe do Palácio do Planalto chegue de surpresa ao Senado, durante uma sessão plenária da Casa. A avaliação do entorno de Pacheco é que Bolsonaro pode recorrer a essa estratégia para evitar que o senador dê um jeito de não receber o presidente da República.

Se Bolsonaro chegar de surpresa, aliados do presidente do Senado dizem que o parlamentar não terá como fugir. Uma eventual desculpa só pode ser dada caso o presidente da República tente agendar previamente a entrega dos pedidos, prometida para esta semana.

Em qualquer cenário, interlocutores de Pacheco preveem que o senador não deve dar prosseguimento aos pedidos de impeachment. Lembram que o presidente do Senado tem perfil pacificador e não abriria os procedimentos para elevar ainda mais a tensão entre os Poderes.

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