Pacheco não crê em impeachment de Bolsonaro e cobra Pazuello sobre pandemia
Presidente do Senado Federal afirma que afastamento do preidente provocaria instabilidade maior no país em momento de grave crise
atualizado
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Em visita à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cobrou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, compareça à Casa para dar esclarecimentos sobre o trabalho da pasta no combate à pandemia do novo coronavírus. Nessa quinta-feira (4/2), os senadores aprovaram requerimento de convite ao general.
Segundo Pacheco, entre os questionamentos que devem ser feitos pelos senadores estão os motivos que levaram ao colapso da rede de saúde no Amazonas e o cronograma de imunização dos brasileiros contra Covid-19. “Os erros precisam ser explicados”, resumiu.
Questionado sobre a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostos crimes cometidos pelo governo federal no âmbito de combate à crise sanitária, Pacheco se esquivou e defendeu que os pedidos serão analisados.
Também nessa quinta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou requerimento para instalação da CPI da Covid.
“Esse pedido foi encaminhado na data de ontem pelo senador Randolfe Rodrigues, com 31 assinaturas, além do mínimo legal. A análise que faremos, com a ligeireza que se espera de uma avaliação deste tipo, será para identificar se há o cumprimento de todos os requisitos para saber se há a necessidade de instalação da CPI. Vou fazer análise disso e tomaremos uma decisão”, defendeu Pacheco.
Impeachment
Pacheco também comentou sobre a possibilidade de dar prosseguimento aos pedidos de impeachment que constam contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional.
De acordo com o presidente do Senado, esta é uma competência da Câmara dos Deputados. O senador mineiro afirmou, porém, que não acredita em impeachment “neste momento”.
“Impeachment é algo muito sério, grave, abala as estruturas da República. Temos dois episódios tristes da historia nacional. Neste momento, não me permito falar em respeito de impeachment. Não vou falar sobre hipótese e seria leviano da minha parte”, explicou.
Auxílio emergencial
Outro tema recorrente nos questionamentos de jornalistas mineiros ao senador foi a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial. Na última noite, Pacheco reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do assunto.
“Eu assumi um compromisso de campanha para o Senado Federal e disse na primeira sessão que temos que focar num trinômio: saúde pública, crescimento econômico, desenvolvimento social. Inegável que a pandemia não tenha acabado e é fundamental que a gente tenha uma assistência às pessoas, seja um incremento ao Bolsa Família ou por meio de um auxílio emergencial. É preciso socorrer”, disse.
Nesta tarde, o presidente do Senado externou otimismo com a possibilidade de que o governo federal amplie a assistência financeira aos brasileiros impactados pela pandemia. “Foi positiva a receptividade do ministro à ideia de que, com toda responsabilidade fiscal, possamos ter uma assistência social imediata”.
O senador defende que o novo benefício esteja em conformidade com o teto de gastos públicos. “Vamos buscar, até o último minuto, compatibilizar a assistência social com o teto de gastos públicos. Se isso for possível, será muito bom, pois reuniremos higidez fiscal com a necessidade de assistir as pessoas. Boas perspectivas”, completou.
Protagonismo
Esta foi a primeira visita de Pacheco a uma unidade da Federação após ser eleito presidente do Senado. Eleito por Minas Gerais, o parlamentar disse que o estado “precisava ter uma posição de protagonismo”.
“Isso é fruto de um trabalho coletivo que envolveu inúmeros partidos, seus senadores e senadoras, com o apoio de agremiações partidárias dos mais diferentes espectros políticos: da direita, da esquerda, da base do governo da oposição. Dentro de uma compreensão que precisamos ter um ambiente de harmonia dentro do senado para realizar aquilo que se propõe a fazer”, afirmou.
Pacheco disse que a “unidade da classe política de Minas Gerais” foi importante para sua vitória. “Houve muito claramente momento de unidade, se entendendo que Minas Gerais precisava ter uma posição de protagonismo. Tenho responsabilidade com toda nação brasileira, mas, obviamente, jamais deixarei de defender os interesses do meu estado. Momento de importância para a história de Minas”.