Pacheco e Bolsonaro tratam de gesto de assessor e política externa
“Visita de cortesia” foi feita pelo presidente da República. Pacheco disse que informou necessidade de correções nas relações exteriores
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse, nesta sexta-feira (26/3), que informou ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a necessidade de mudanças nos rumos da política externa brasileira.
“Hoje pela manhã, nós nos falamos por telefone logo cedo, 6h30, 6h da manhã. E o presidente disse que gostaria de me fazer uma visita hoje na residência oficial do Senado”, anunciou Pacheco.
O parlamentar afirmou que foi uma visita de cortesia, na qual trataram de assuntos relativos à vacinação no Brasil e ao relacionamento diplomático com outros países.
“Eu participei a ele alguns pontos que os governadores já externaram, de reivindicações, e ele recebeu muito bem, com muita tranquilidade esses pontos.”
Segundo Pacheco, foi ajustado que a primeira reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 ocorrerá na próxima segunda-feira (29/3), provavelmente no Palácio do Planalto.
O presidente do Senado confirmou que conversou com o chefe do Executivo federal a respeito da situação do assessor especial da presidência Filipe Martins e disse que a providência política cabe a Bolsonaro.
Martins foi flagrado gesticulando durante a fala de Pacheco, em plena sessão remota, na quarta-feira (24/3). O sinal feito pelo servidor pode ter várias conotações. Além de ser usado pelos supremacistas brancos nos Estados Unidos, pode indicar uma obscenidade.
O assessor afirmou que estava apenas arrumando a lapela do terno.
“Nós conversamos a respeito disso muito rapidamente. Eu informei ao presidente da República que isso é objeto de um procedimento de apuração, de investigação no âmbito da Polícia Legislativa do Senado Federal e terá suas conclusões e as consequências jurídicas desse fato serão obviamente, existentes, serão apuradas e serão tomadas as providências. A providência política, de manutenção ou não desse assessor, cabe ao presidente da República.”
Sobre o chanceler Ernesto Araújo, pressionado para deixar o cargo, Pacheco disse que o que lhe cabe é cobrar ações.
“A permanência ou a saída do ministro, de qualquer que seja ele, inclusive do ministro das Relações Exteriores, é uma decisão que cabe ao Presidente da República. O que nos cabe enquanto Senado Federal, Câmara dos Deputados, enquanto Parlamento, é cobrar ações e fiscalizar as ações do ministério. E nós consideramos que a política externa no Brasil ainda está falha, ela precisa ser corrigida, é preciso melhorar a relação com os demais países, inclusive com a China”, afirmou.
De acordo com Pacheco, o presidente Bolsonaro apenas ouviu os apontamentos e não sinalizou nenhuma mudança específica.
“Com o ministro A ou com o ministro B, o que importa é um ministério que funcione e é isso que nós desejamos em relação ao Ministério das Relações Exteriores”, apontou Pacheco.
Reformas
Pacheco informou ainda que tratou, com o mandatário, da agenda de reformas econômicas, que estão em compasso de espera, em razão da pandemia.
“Tratamos de algumas questões que nós precisamos organizar para depois da pandemia, muito embora o momento agora seja de absoluta concentração de energia no enfrentamento da pandemia, vacinação em grande escala, aumento de leitos de UTI, salvar vidas… Mas, logo na sequência, nós precisamos de tratar de reforma administrativa, de reforma tributária.”