Otto Alencar diz que decisão contra Calheiros na CPI é “estapafúrdia”
Ele criticou a deputada Carla Zambelli, autora do pedido na Justiça: “Certamente não conhece a legislação”
atualizado
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A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta terça-feira (27/4), no Senado, está sendo presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) que é o parlamentar mais velho do colegiado.
Ao abrir a sessão, ele rejeitou a decisão judicial que impede o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de assumir a relatoria dos trabalhos. Ele ainda criticou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), autora do pedido na Justiça.
Pouco depois, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu a liminar que impedia Calheiros de assumir a relatoria.
“Nenhuma possibilidade de impedir o Renan, deputada Carla Zambelli certamente não conhece a legislação”, observou.
“Renan Calheiros vai ser designado e a designação de um relator é prerrogativa exclusiva do presidente de comissão. Omar eleito, tem toda prerrogativa de indicar o relator que desejar e não há legislação que possa fazer ele mudar de posição, prerrogativa do presidente eleito”, destacou.
“Quase política”
Para Alencar, a decisão judicial é equivocada, sem nenhuma sustentação legal.
“A decisão estapafúrdia, equivocada do juiz. Absolutamente sem sustentação jurídica nenhuma, é quase uma decisão política”.
Com 73 anos, o senador ressaltou sua condição de grupo de risco perante a Covid-19 e criticou o presidente da República, Jair Bolsonaro, na condução das ações para o combate da crise sanitária.
“Sou grupo de risco e venho para cumprir minha missão de fazer a abertura presencial, para que a comissão instalada possa proceder com seus atos. Temos que estabelecer critérios: o presidente da República tem que conhecer as determinações, o que a medicina e a ciência prescrevem”.
“Essa CPI além de investigativa tem que ser da preservação do povo brasileiro, que não suporta mais morrer. Sou médico, sofro com a dor do meu povo e não posso assistir uma coisa dessas. A insensibilidade do presidente da república que não teve um gesto de solidariedade às vítimas da Covid-19”.