Otto Alencar a Pazuello: “Não poderia ser ministro da Saúde”
Senador disse que general não poderia assumir comando de uma pasta que requer especialização técnica do ministro empossado
atualizado
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O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou, nesta quinta-feira (20/5), que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello não deveria ter aceitado assumir a pasta em plena pandemia do novo coronavírus por não ter conhecimento técnico, segundo ele, para gerir o enfrentamento da crise sanitária.
“O senhor não sabe nem o que é a doença. Não sabe nada da doença, não poderia ser ministro da Saúde. Eu, no seu lugar, não aceitaria. A responsabilidade com a vida é para quem conhece a doença”, defendeu Alencar.
Pazuello havia citado que outros ministros da Saúde, antes dele, também não tinham especialidade técnica para assumir a pasta. “Não sou especialista, não sou médico. Não fiz curso algum específico [sobre coronavírus]”, afirmou o general.
O senador, em seus 15 minutos disponíveis para questionamento, voltou a criticar as manifestações públicas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em defesa da cloroquina. O parlamentar defendeu que cabe, exclusivamente, ao profissional médico receitar o tratamento mais adequado ao paciente.
“O maior problema é que quem receitou hidroxicloroquina foi o presidente da República. Ele não é medico, não é sanitarista. Pessoa jurídica dando receita, o senhor acha que é correto isso? O presidente, que é capitão reformado, pega uma caixa e dá… Até a ema não quis tomar, correu”, disse referindo-se ao episódio em que Bolsonaro apresentou uma caixa do remédio às emas do Palácio do Planalto.
Pazuello é o oitavo depoente do colegiado. Antes deles, os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.