Osmar Terra afirma que “gabinete paralelo da Saúde é ficção”
Deputado federal é apontado como um dos integrantes do grupo que assessorava presidente sobre medidas de enfrentamento da pandemia
atualizado
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O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) classificou como “ficção” a existência de um suposto “gabinete paralelo” de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre medidas de enfrentamento da pandemia de Covid-19. O parlamentar presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (22/6).
Terra foi confrontado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre vídeo noticiado pelo Metrópoles que registra reunião entre o deputado, Bolsonaro e o virologista Paolo Zanotto. No encontro, tanto o presidente quanto os convidados relativizam a eficácia da vacinação como meio seguro de conter a crise sanitária.
Em sua defesa, o deputado afirmou que esta foi a “única reunião que participou” com o presidente e o virologista. “Inclusive, o doutor Paolo Zanotto, foi a primeira e única vez que conversei com ele”, prosseguiu.
Veja como foi:
Terra disse que a existência de um grupo de assessoramento ao mandatário do país “é um absurdo”. “Transformar isso em um gabinete secreto, que vaza vídeos, é um absurdo. Não tem sentido nisso, não existe esse gabinete. Esse gabinete é uma ficção, se assessores do presidente lhe dão alguma orientação isso é natural. O que eu faço é manifestar minha opinião”, explicou.
O parlamentar também relatou ter se encontrado com Arthur Weintraub apenas em churrascos no Clube do Congresso, no Lago Norte, em Brasília (DF). “Também encontrava ele às vezes no gabinete do presidente”, continuou.
Antes, Terra disse ao relator que não orientou o presidente sobre como agir diante da pandemia. “O presidente fala o que ele quer falar. Eu não tenho poder sobre o presidente. Se eu tivesse o poder, eu era o presidente, e ele, deputado. Querem imputar um poder sobrenatural às pessoas. Ele ouve todo mundo. O senhor ouve alguém. O presidente não pode? Isso não significa que tem gabinete paralelo. É uma falácia”.
Terra é apontado como padrinho do “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19. O deputado, que atuou como assessor extraoficial do presidente, é crítico ao isolamento social e autor de diversas previsões que se mostraram erradas sobre a pandemia.