Orçamento secreto: Pacheco promete nova proposta a ministros do STF
Presidente do Congresso se reuniu com o presidente da Corte, Luiz Fux, e com Alexandre de Moraes para tratar das emendas de relator
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentará nova proposta sobre as emendas de relator (RP-9), que deram origem ao orçamento secreto, à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quinta-feira (2/12), Pacheco se reuniu com o presidente da Suprema Corte, ministro Luiz Fux, e com o ministro Alexandre de Moraes para tratar do assunto.
Na conversa, o senador saiu com a promessa de apresentar nova proposta para cumprir determinação da ministra Rosa Weber de dar transparência às emendas de relator, hoje suspensas. O conteúdo da proposta, no entanto, não foi divulgado.
Rosa Weber é relatora da ação que resultou na interrupção do orçamento secreto em razão da pouca transparência na destinação dos recursos.
Projeto de resolução
Nessa segunda (29/11), o Congresso Nacional aprovou o projeto de resolução do Congresso Nacional n° 4, que altera critérios do orçamento secreto. O objetivo da proposta legislativa é dar transparência ao processo de indicação e liberação de emendas – mas apenas daqui para frente. O relator da proposta foi o senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Ocorre, porém, que o texto apresentado pelo emedebista e aprovado por Câmara e Senado trata de novas diretrizes, não abrangendo as emendas indicadas em 2020 e 2021, que permanecem com os nomes dos responsáveis ocultos.
Após a determinação do STF para que seja dada transparência às emendas, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escreveram o Ato Conjunto n° 1/21, das Mesa da Câmara e do Senado, admitindo o cumprimento apenas parcial da decisão.
Os chefes do Legislativo decidiram que a medida só valerá para indicações feitas a partir de agora. Ou seja, as emendas já liberadas permanecem com o nome do responsável pela indicação oculto. Os presidentes das duas Casas argumentaram que há “impossibilidade fática de se estabelecer retroativamente um procedimento para registro das demandas recebidas pelo relator-geral com sugestão de alocação de recursos”, o que “torna impossível o registro dos nomes”.
A decisão contraria a determinação dos ministros do STF, que decretaram a suspensão das emendas de relator-geral (RP 9) e solicitaram que os nomes dos parlamentares deixassem de ser ocultos.