Oposição vai obstruir pauta da Câmara para pressionar por auxílio de R$ 600
Os líderes oposicionistas exigem que Rodrigo Maia paute a medida provisória editada por Bolsonaro que reduziu o valor da ajuda
atualizado
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Membros da oposição ao governo decidiram fazer obstrução a todas as votações da Câmara dos Deputados até que a Medida Provisória nº 1000/2020, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, seja pautada em plenário. Os partidos de oposição são contrários à redução feita pelo presidente Jair Bolsonaro por meio da MP, de R$ 600 para R$ 300.
Os deputados pressionam o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, na noite dessa segunda-feira, participou de um jantar para se reconciliar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a fim de levar a medida do governo à votação. A ideia é aprovar emenda elevando valor da ajuda durante a pandemia do coronavírus.
“Exigimos a votação da MP. Se a base do governo não queria votar a MP, o governo não deveria então ter mandado”, diz o líder da Minoria, deputado José Guimarães.
“Temos ainda nossos projetos já apresentados para prorrogar o auxílio emergencialmente, mas com o mesmo valor. O Brasil não vai suportar a crise sem o auxílio de R$ 600. Por isso, faremos oposição total, por conta da negligência e da irresponsabilidade do governo”, afirma Guimarães.
A estratégia do governo é não deixar que a medida seja votada, porque, como MP, ela tem efeito imediato a partir da publicação. Ou seja, o novo valor já está valendo. Se o assunto for para a pauta, o Planalto terá de fazer esforço para impedir o aumento no valor da ajuda.
Da obstrução participarão PT, PCdoB, PSol, PSB, Rede e PDT.
Nesta terça-feira (6/10), haverá sessão de votações – no entanto, a MP do governo não se encontra entre os assuntos a serem apreciados pelos deputados.