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Oposição protocola novo pedido de impeachment contra Bolsonaro na Câmara

A manifestação é assinada pelas lideranças de PT, PSB, PDT, PSol, PCdoB e Rede. Há agora 63 pedidos no tipo abertos na Casa

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Najara Araujo/Câmara dos Deputados
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1 de 1 Plenário-vazio_Najara Araujo-Câmara dos Deputados_ - Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Líderes do partido que fazem oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados protocolaram, nesta quarta-feira (27/1), um novo pedido de impeachment contra o mandatário do país. A manifestação é assinada pelas lideranças de PT, PSB, PDT, PSol, PCdoB e Rede. Com essa, já são 63 pedidos do tipo abertos na Casa.

A apresentação do pedido foi feita pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE). O parlamentar defendeu que a manifestação desta quarta é embasada na ação do presidente durante a pandemia de Covid-19. “É um pedido que tem um diferencial, identificamos 15 crimes cometidos por ele [Bolsonaro], relacionados especialmente à pandemia, e sete normas e dispositivos normativos embasados na Lei do Impeachment”, ponderou.

Guimarães afirmou que as lideranças já iniciaram o processo de coleta de assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “focada na análise do desempenho do governo no âmbito da saúde pública”.

“A responsabilidade nossa é muito grande, mas é nosso papel. Chega, basta de tanta omissão e tanto descompromisso com a vida. O que está acontecendo em Manaus, em Rondônia, em Roraima não é trivial”, finalizou o deputado.

O líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon, afirmou que para que o pedido de impeachment contra Bolsonaro avance na Casa é preciso que Arthur Lira (PP-AL) não vença a eleição para Presidência da Câmara.

“Nós sabemos que para que essas medidas possam prosperar, é fundamental que Bolsonaro não ganhe o controle da Câmara dos deputados. O candidato de Bolsonaro [Lira] afirmou que resistirá a instalar CPI como essas que estamos vendo. Processos impeachment não serão apreciados por lealdade ao governo”, afirmou.

Lira defendeu nessa segunda-feira (25/1) que é “muito difícil” o impeachment do chefe do Executivo avançar. Ele destacou que se trata de um “sistema de ruptura democrática”. Ele é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na disputa interna da Câmara, que ocorre no próximo dia 1° de fevereiro.

Entidades religiosas

Nessa terça-feira (26/1), foi a vez de representantes de entidades religiosas – católicas e evangélicas – protocolarem o pedido de afastamento do presidente. O documento também foi entregue na Câmara dos Deputados.

O pedido, assinado por 380 representantes entidades religiosas, denuncia os “crimes de responsabilidade” referentes à área de saúde, as “políticas sanitárias durante a pandemia” da Covid-19, “o não acesso à vacina, e o desprezo pela vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras, usurpando-lhes o direito à saúde e infringindo, assim, diversos artigos da Constituição Federal”.

A peça, escrita pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), foi promovida pela Frente Ampla Cristã, e conta com apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da Comissão Nacional Justiça e Paz (órgão ligado à CNBB), a Câmara Episcopal da Igreja Anglicana do Brasil (IEAB), a Aliança de Batistas do Brasil (ABB) e diversas lideranças católicas e evangélicas.

“A ausência total de iniciativa por parte do governo para diminuir e conter os impactos da pandemia da Covid-19”, disse Romi Bencke, representante do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs. “Esse sufoco de Manaus é o sufoco do país inteiro, que tem neste momento sua população abandonada porque nega o direito à vida das pessoas, cristãs e da população”, agregou.

Apesar destas entidades representarem parte do universo religioso do país, parcela expressiva do apoio de Bolsonaro advém da base evangélica.

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