Oposição vai ao STF para que Maia desengavete pedidos de impeachment
Mandado de segurança pede que o presidente da Câmara dê seguimento a 24 solicitações de afastamento de Michel Temer (PMDB)
atualizado
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Parlamentares da oposição protocolaram nesta quinta-feira (29/6), no Supremo Tribunal Federal (STF), um mandado de segurança pedindo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desengavete os pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMDB). Das 25 solicitações de afastamento apresentadas desde que o peemedebista assumiu definitivamente o cargo, apenas uma foi deliberada e arquivada.
A ação é assinada pelos deputados Alessandro Molon (Rede-RJ), Aliel Machado (Rede-PR), Henrique Fontana (PT-RS) e Júlio Delgado (PSB-MG). No pedido de liminar, os parlamentares acusam Maia de omissão ilegal e abusiva. Eles solicitam que o STF determine, não só a análise imediata dos pedidos, como a instalação de Comissão Especial para analisar o mérito dos requerimentos.
Maia não deliberou sobre nenhuma das petições “apesar de todas as evidências e da gravidade das provas e mesmo diante do agravamento da crise, impulsionada pelo surgimento de fatos novos a cada dia”.
Os deputados alegam que o comportamento de Maia fere a Constituição ao impedir “ilegalmente” que o Legislativo exerça seu dever de fiscalizar os atos do Executivo. “Essa omissão afronta as prerrogativas parlamentares dos impetrantes e seu direito de petição, o que torna imprescindível a intervenção do Poder Judiciário para conceder a segurança, ora pleiteada”, diz a petição.
No documento, os oposicionistas dizem que a inércia do Parlamento impede que o país supere a grave crise política, econômica e “moral”. “Nunca antes na história tivemos um presidente da República no exercício do mandato denunciado por crime de corrupção e prestes a ser denunciado pela prática de diversos outros crimes”, observam os deputados.
“Mais do que isso, a inércia da autoridade impetrada cria um salvo conduto para a continuidade dos crimes de responsabilidade praticados pelo presidente da República, uma vez que transmite a impressão de que haveria uma verdadeira blindagem no Poder Legislativo que impede a investigação e fiscalização dos atos do Poder Executivo”, emendam.