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Oposição esbraveja, Centrão pondera e PSL se cala sobre caso Moro

Vazamentos de conversas interferem na rotina do Congresso. Opositores e governistas se lançam em busca por apoio do Centrão

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Rodrigo Maia, presidente da Câmara, sugere corte de salários de servidores
1 de 1 Rodrigo Maia, presidente da Câmara, sugere corte de salários de servidores - Foto: null

O vazamento de conversas entre o então juiz da Operação Lava Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol mudou a rotina do Congresso Nacional e promete pautar os embates entre oposição e governistas nos próximos dias.

De um lado, oposicionistas decidiram obstruir qualquer trabalho da Câmara, seja em plenário, seja em comissões, como pressão para que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), instale uma eventual comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a conduta do ministro.

De outro, o PSL. O partido do presidente Jair Bolsonaro passou essa segunda-feira (10/06/2019) calado e deve se reunir nesta terça (11/06/2019) para definir uma estratégia capaz de minimizar o quadro envolvendo o “superministro”, considerado uma espécie de reserva moral do bolsonarismo.

No meio dessa disputa estão os partidos do chamado Centrão, cujo apoio é cobiçado pelas duas alas. Deputados desse campo político adotam uma postura mais ponderada, à espera de que novos acontecimentos possam vir à tona.

Um dia após a divulgação no site The Intercept dos diálogos interceptados, e ainda sob a expectativa de novos vazamentos, deputados dos dois campos políticos ainda definem estratégias.

PT, PCdoB e PSol, que definiram uma obstrução total das pautas governistas, tentam ampliar o movimento para o PSB e para o PDT. Lideranças desses partidos começam o dia em reunião na sede do PSB, em Brasília.

No mesmo horário, o PSL se reúne, também fora da Câmara, para decidir a estratégia de proteção ao ministro. Enquanto isso, no Planalto, o presidente Jair Bolsonaro chamou Moro para uma conversa, agenda comunicada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, com todas as ressalvas de que uma possível demissão ou renúncia não estão nos planos.

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), comunicou que defenderá na reunião do partido uma defesa intransigente de Moro e que a sigla faça pelo menos uma moção formal de apoio.

“O ministro é um símbolo de luta contra a corrupção. A coisa mais natural a fazermos é esta defesa de forma intransigente, e acredito que isso vai acontecer. Apesar de ele não ser do partido, ele é uma escolha pessoal do presidente da República. Ele representa o combate à corrupção, que foi o que alavancou a estrondosa vitória de Jair Bolsonaro. O partido precisa defender o que é legal, justo e correto, e isso implica a continuidade da Operação Lava Jato”, defendeu o senador.

Crédito
Na prática, a primeira matéria a ser alvo de obstrução é a votação de crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para o governo, que alega dificuldades para pagar benefícios e aposentadorias.

Sem o compromisso do presidente da Casa sobre a possível instalação de uma CPI, a oposição, que antes admitia votação em plenário de parte desses recursos com destinação certa, anunciou paralisação geral das atividades.

Com isso, o próprio relator da emenda na Comissão Mista de Orçamento, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), jogou a toalha e acredita que o Congresso não a apreciará até 15 de junho, prazo-limite para a aprovação.

Lula
Enquanto isso, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se arma para conseguir o melhor resultado perante a divulgação das conversas.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, se reúne com o ex-presidente nesta terça-feira (11/06/2019) para bater o martelo sobre as petições que devem ser apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de anular o processo que culminou na prisão do ex-presidente, determinada em primeira instância por Moro e confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em segunda instância.

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