Operação Zelotes: novos documentos indicam que ministro do TCU estaria envolvido
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o conselheiro era sócio de uma das firmas envolvida no esquema de propina do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf)
atualizado
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Novidades na operação Zelotes. De acordo com documentos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, ainda era um dos donos da empresa Planalto Soluções no período em que a companhia firmou parceria com a SGR Consultoria, uma das firmas envolvida no esquema de propina que envolve funcionários e conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Segundo a reportagem, Nardes, relator das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU, teria permanecido como sócio da empresa até maio de 2005. Carlos Juliano, sobrinho dele, ainda está no quadro da Planalto Soluções.
A SGR Consultoria é de propriedade de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf, investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Negociações escusas
A operação Zelotes teve início há sete meses para apurar a prática dos crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, ocorrida em decorrência de negociações escusas realizadas em processo administrativos de interesse Carf.
Já ficou comprovado que conselheiros e funcionários do órgão defendiam interesses privados, em detrimento da União, e ainda, valendo-se de informações privilegiados, realizavam captação de clientes por meio de “escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia”, que ofereciam “serviços e facilidades” em julgamentos dentro do conselho.
O grupo agia para anular ou reduzir dívidas tributárias de empresas com a Receita Federal. Até agora, a PF calcula um prejuízo de R$ 6 bilhões aos cofres públicos.