Onyx: Houve movimentação incomum no final da gestão Temer
Segundo ministro, fluxo causou “estranheza”, em especial nos últimos 15 dias
atualizado
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Após a primeira reunião ministerial da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), disse que nos últimos dias do governo de Michel Temer (MDB) houve uma “movimentação incomum” de pessoal nas autarquias do governo federal. Dessa forma, o presidente Jair Bolsonaro determinou a revisão das movimentações financeira das pastas nos últimos dias de 2018.
“Houve movimentação incomum de recursos destinados a ministérios nos últimos dias do ano passado. Foi solicitado que todos os ministros fizessem a revisão, pasta por pasta, sobre as exonerações ou transferências de pessoal, e também sobre a movimentação financeira dos últimos 30 dias”, afirmou.
Lorenzoni disse, ainda, que a ideia do novo governo é estender a exoneração dos cargos de confiança feitos em sua pasta para todo o Executivo e administração indireta. Além de critérios técnicos, serão consideradas questões políticas, como quem foi responsável pela indicação do servidor e qual sua visão ideológica.
“O primeiro critério é técnico, de competência, e depois a avaliação de como chegou, quem é que indicou, para tentar tirar essas pessoas da atual Casa Civil, e isso pode perpassar demais ministérios também. Não tem sentido termos pessoas que defendem outra lógica, outro sistema político”, justificou.
Valores “estranhos”
Segundo o ministro, o alto volume de movimentação de recursos causou “estranheza”, em especial nos últimos dias do ano. “O presidente Bolsonaro quer um relatório de cada um dos ministros para ver para onde foi o dinheiro, por que foi feito e se há suporte”, completou.
De acordo com ele, Bolsonaro pediu aos ministros um levantamento sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas capitais. A ideia é reunir todas as estruturas em um só local, liberando edifícios para a venda.
“É o nascedouro da ideia de uma Casa Brasil nas capitais. A União tem hoje cerca de 700 mil imóveis. Pensem o que isso significa em termos de custo de manutenção”, afirmou. “Também serão revisados todos os contratos de locação de imóveis. Há contrassenso absurdo no aluguel desses espaços”, acrescentou.
Onyx Lorenzoni afirmou que uma nova reunião ministerial foi marcada para próxima terça-feira, dia 8, às 9h no Palácio do Planalto. Segundo o ministro, no encontro os ministros deverão apresentar ao presidente Jair Bolsonaro as primeiras propostas de medidas para serem implementadas ainda em janeiro.
Eleição na Câmara
Onyx voltou a dizer que o governo não vai interferir nas disputas do Congresso. O PSL apoiará Rodrigo Maia (DEM) na Câmara e lançará Major Olimpio (SP) à presidência do Senado. “O governo não vai interferir, quer seja para a presidência da Câmara, quer seja na do Senado. Todos os governos que tiveram algum grau de intervenção na Presidência, os governos todos erraram, basta avaliar meses subsequente a isso”, declarou o ministro.
Onyx também reafirmou que Bolsonaro é um “homem de muito diálogo” e “vem surpreendendo”. “Esse vai ser ano de muito diálogo com Parlamento”, assegurou aos jornalistas. Em troca do apoio na Câmara, o PSL, que terá 53 deputados em 2019, negociou com Maia a chefia da Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ), da Comissão de Finanças e Tributação e também uma vaga na mesa diretora. Com isso, o PSL amplia exponencialmente seu poder na Casa.