Omar rebate provocação de Bolsonaro: “Perca seu tempo salvando vidas”
Bolsonaro usou as redes para criticar o projeto do presidente da CPI, que tipifica como crime prescrever remédios sem eficácia comprovada
atualizado
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), pediu, nesta terça-feira (25/5), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “não perca seu tempo” com provocações devido a um projeto de lei de autoria do senador que prevê tipificar o crime de prescrição de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais sem comprovação científica.
Segundo o senador, a matéria já foi retirada. “Mandei retirar porque muitos profissionais de saúde me avisaram que eu poderia prejudicar gente. Eu faço autocrítica e retirei. Não faço cavalo de batalha em nada, quando ouço profissionais da área e eles me orientam a fazer de forma contrária, eu faço”, disse.
“Presidente não perca seu tempo nas suas redes sociais de postar esse projeto, já foi retirado antes de você postar esse texto aí. Perca seu tempo ligando para lideranças internacionais para comprar vacinas, perca seu tempo salvando vidas, perca sua tempo postando no Twitter defendendo isolamento social. Compre vacina, não compre cloroquina”, completou o presidente da comissão.
Mais cedo, o presidente usou as redes para criticar o projeto do presidente da CPI. A postagem foi feita pouco antes do depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, à CPI.
Bolsonaro, que é um dos propagadores do uso da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19, escreveu na legenda: “Médicos podem ser punidos com até 3 anos de detenção caso receitem qualquer remédio sem comprovação científica para aquela doença. Deixe o seu comentário”.
Além de não terem comprovação científica, os medicamentos disseminados pelo presidente podem causar reações adversas se usados para fins que não os especificados na bula.
CPI da Covid
Mayra Pinheiro é a nona depoente do colegiado. Antes deles, os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.