Omar Aziz sobre novo depoimento de Queiroga: “Não vejo importância”
Presidente da CPI da Covid-19 disse não ver tanta importância em um novo depoimento do ministro da Saúde, previsto para a próxima semana
atualizado
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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu nesta terça-feira (12/10) que a CPI não ouça novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
“Sinceramente, eu não vejo tanta importância”, disse Aziz em entrevista à Globo News. “Agora, eu sou uma voz, muita gente vai discordar de mim. Mas ele vai pela terceira vez lá à toa. Por mim, eu não levava. Não vou dar palco para ele, para falar o quê?”, questionou.
Aziz também comparou o atual titular da pasta da Saúde com o antecessor, general Eduardo Pazuello. Em transmissão ao vivo ao lado do presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2020, ao comentar um recuo na compra da Coronavac, Pazuello afirmou: “Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece”.
“O ministro Queiroga tem uma diferença só do Pazuello: ele é o mesmo Pazuello, ‘um manda e o outro obedece’. O Pazuello usa farda e ele [Queiroga] uma bata branca”, afirmou Omar Aziz.
O senador ainda criticou o comportamento do ministro em algumas questões relativas à pandemia, como o uso de máscaras, a vacinação de adolescentes e o tratamento precoce.
Queiroga na CPI
O ministro Marcelo Queiroga já foi ouvido em duas ocasiões pela CPI: em 6 de maio e em 8 de junho. O novo depoimento está agendado para a próxima segunda-feira (18/10).
De acordo com o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, senadores do grupo majoritário da CPI da Covid-19, o chamado G7, estão reunidos na manhã desta terça-feira (12/10) para traçar a estratégia das duas últimas semanas de trabalho da comissão.
Previsto para as 11h, o encontro deve ocorrer de forma virtual e terá como uma das principais pautas a terceira convocação do ministro da Saúde para depor no colegiado. Senadores já admitem que poderão desistir do novo depoimento de Queiroga.
Nessa segunda-feira (11/10), Queiroga finalmente respondeu aos questionamentos feitos pela CPI sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. O prazo já tinha vencido na quinta-feira (7/10).
Relatório final
O relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) deverá ser apresentado no próximo dia 19 de outubro. A deliberação sobre o documento ocorrerá no dia seguinte.
Renan deverá propor o indiciamento de Jair Bolsonaro, de três filhos do presidente e de mais de 30 pessoas, por ao menos 16 crimes cometidos durante a pandemia.
O colunista Igor Gadelha apurou que, além de Bolsonaro, devem ser indicados os filhos do presidente Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro; ao menos três atuais ministros do governo: Marcelo Queiroga (Saúde), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência); e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Também estão na lista nomes como os ex-ministros Eduardo Pazuello, Osmar Terra e Ernesto Araújo; as deputadas federais Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF); a médica Nise Yamaguchi; e os empresários Luciano Hang, Carlos Wizard, Otávio Fakhoury e Francisco Maximiano, este último dono da empresa Precisa Medicamentos.