Omar Aziz pede que diretor da Precisa “não entre em conversa de bêbado”
Presidente da CPI da Covid afirmou que depoente “está sozinho” e denúncias colhidas pela comissão contra ele são graves
atualizado
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O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), alertou, nesta quinta-feira (23/9), o depoente do colegiado, o diretor da Precisa Medicamentos, Danilo Trento. O senador fez um apelo ao empresário e disse que o colegiado tem em posse informações que lhe comprometem “e muito”, além de denúncias graves contra a empresa que representa.
Aziz disse a Trento que os senadores têm informações do bom trânsito do lobista Marconny Albernaz de Faria com a empresa.
“Pelo que a CPI tem, o material que temos compromete muito o senhor e sua empresa. Quero lhe alertar: [Francisco] Maximiano já está sozinho, o senhor também pode ficar sozinho”, disse, referindo-se a Francisco Maximiano, sócio proprietário da Precisa. Ele já depôs ao colegiado.
“Não fique confiando em conversa de bêbado, não. Conversa de bêbado tudo é fácil, tudo acontece, o cara é homem, é valente. A vida real é outra”, declarou o senador.
Além de diretor da Precisa, Trento é sócio da empresa Primarcial Holding e Participações, que tem sede em São Paulo no mesmo endereço da empresa Primares Holding e Participações, cujo sócio é Francisco Maximiano, da Precisa.
Os dois viajaram juntos à Índia para as negociações em torno de testes de Covid-19 e da vacina Covaxin.
O lobista Marconny Ribeiro Faria, que trabalhou na Precisa, afirmou, em depoimento à CPI no último dia 15 de setembro, que Trento seria um dos donos da empresa, informação até então nova para a comissão.
Diálogos obtidos pela CPI no celular de Marconny Faria mostram uma conversa entre ele e Ricardo Santana, também lobista da Precisa, sobre uma articulação para prejudicar uma empresa concorrente à de Trento em um processo licitatório.
Trento também teria relações comerciais com o advogado Marcos Tolentino, suposto dono da Fib Bank, empresa que apresentou carta-fiança de R$ 80,7 milhões como garantia no contrato de compra da vacina Covaxin, negociado entre a Precisa e o Ministério da Saúde. Apesar do nome, a Fib Bank não é um banco, mas uma empresa de garantias fidejussórias.