Omar Aziz pede que Bolsonaro assuma liderança na compra de vacinas
Presidente da CPI da Covid disse que não se pode terceirizar negociação e defendeu ida de Bolsonaro aos EUA e à China por imunizantes
atualizado
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O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, apelou, neste sábado (22/5), pela liderança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no processo de compras de vacinas.
“Presidente da República, assuma a liderança do processo de compra de vacinas. É isso que nós estamos pedindo. Ninguém está acusando ministro de nada”, disse Aziz em entrevista à CNN Brasil.
Esta semana, dois ex-ministros prestaram depoimento à CPI: o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-chefe da pasta da Saúde Eduardo Pazuello.
Aziz ainda sustenta que o próprio mandatário da República deve viajar a países produtores de vacinas, a fim de acelerar a aquisição dos imunizantes pelo Brasil. “Presidente Bolsonaro, pegue o avião e vai lá, vai na China, vai nos Estados Unidos, vai onde tem vacina”, falou o senador. “Não estamos politizando aqui, não é isso, longe disso. Nós estamos pedindo para que o líder da nação negocie diretamente com os grandes líderes mundiais para trazer vacina para o Brasil”, prosseguiu.
O parlamentar voltou a dizer que a CPI não vai acabar em pizza. “Não vai dar em pizza, não, tenha certeza que muita gente será responsabilizada pelo que aconteceu no Brasil e está acontecendo no Brasil, continua acontecendo.”
Mais tarde, em live com o grupo jurídico Prerrogativas, Aziz confirmou a reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello. “Ele estava com um habeas corpus debaixo do braço, que permitia que ele falasse o que ele quisesse que nada poderia acontecer com ele, por isso que ele está sendo reconvocado. Vai ser reconvocado quarta-feira e a gente espera que possa trabalhar sem a ingerência do Supremo nessa questão. Até porque, se o ministro Lewandowski assistiu, ele vai dizer: ‘Não posso dar um habeas corpus de novo para o cara mentir’”, pontuou o senador.
Cloroquina
Omar Aziz também defendeu que se investigue quem sugeriu ao presidente a mudança na bula da hidroxicloroquina para uso no tratamento da Covid-19. Em depoimento à CPI, o primeiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, revelou que a ideia foi sugerida em reunião no Palácio do Planalto.
Segundo Mandetta, a sugestão ocorreu durante reunião ministerial e que Bolsonaro possuía um “assessoramento paralelo”, contrário ao adotado pelo Ministério da Saúde, que seguia as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A gente quer saber quem foi que teve ideia daquele decreto para colocar na bula da cloroquina. Alguém redigiu aquilo, nós queremos saber disso”, sinalizou Aziz.
O senador também demonstrou preocupação com uma possível terceira onda da Covid-19 no Brasil. “Temos em vista uma terceira onda. Espero que não tenha, mas o Ministério da Saúde não pode não estar preparado para essa terceira onda.”