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Olavo de Carvalho tenta unir militância bolsonarista, mas gera divisão

Para professor de filosofia online, organizar apoio ao presidente é “a coisa mais urgente no Brasil”. Janaína Pascoal rebate: “Olavo acabou”

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Fiolósofo Olavo de Carvalho fumando
1 de 1 Fiolósofo Olavo de Carvalho fumando - Foto: Reprodução/Facebook

O maior problema do Brasil não é a corrupção nem a economia, mas o poder esquerdista. A conclusão é do professor de filosofia on-line e escritor Olavo de Carvalho, o guru do bolsonarismo, que convocou os seguidores a se organizarem para ajudar o governo. “Não pense no que o Bolsonaro pode fazer por você, mas no que você pode fazer com ele”, disse Carvalho em vídeo postado no último domingo (15/09/2019). A reação dos seguidores, porém, foi de divisão.

Alguns influenciadores digitais próximos ao presidente, como o jornalista Allan dos Santos, resolveram seguir literalmente a orientação. Santos, que é dono de um site de notícias simpático ao governo, lançou na internet um formulário para a militância se inscrever e se organizar. Para tanto, é necessário registrar e-mail e número de contato no aplicativo WhatsApp.

Já a deputada estadual por São Paulo Janaína Pascoal (PSL), uma das personalidades mais influentes do bolsonarismo, atacou firmemente a iniciativa.

“Não posso deixar de reconhecer ter me causado profunda tristeza (profunda mesmo) assistir ao vídeo de Olavo de Carvalho, ontem [domingo]”, postou Janaína no Twitter, na manhã desta segunda-feira (16/09/2019). “O filósofo que se consagrou por denunciar o Imbecil Coletivo do PT, quase criou um Imbecil Coletivo em torno de si mesmo e agora, pasmem, prega um Imbecil Coletivo Bolsonarista”, continuou a jurista, que se tornou célebre por ter ajudado a escrever o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Olavo de Carvalho acabou ontem”, concluiu a parlamentar, em um post que já reunia mais de 1,6 mil respostas duas horas após a publicação.

Nas respostas a Janaína Pascoal, fica clara a divisão entre os bolsonaristas em relação à postagem de Olavo de Carvalho. O debate, aliás, é o que mais gera postagens no microblog neste início da semana: o nome dele está em primeiro lugar nos chamados Trending Topics brasileiro, com mais de 36 mil posts até a publicação desta reportagem.

No vídeo, além de insistir na tese do poder esquerdista mesmo três anos após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, Carvalho avalia que “a política não é uma luta de ideias, mas de pessoas, de grupos” e que por isso é urgente a organização da militância bolsonarista.

“Eu não disse militância conservadora, nem liberal, eu disse bolsonarista mesmo”, reforçou. O escritor também convoca a militância a combater “a classe jornalística, que é o grande inimigo do Brasil”.

Sobrou também para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que Olavo atacou tanto no vídeo quanto em outras postagens. “O Brasil só terá futuro com o fim da nhonhocracia”, escreveu o filósofo, referindo-se a um dos apelidos de Maia mais usados pelos bolsonaristas: Nhonho.

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