Olavo bate no governo: “Mentalidade de putinha barata”
Escritor, que influencia de ministros a militantes, coloca em dúvida seu apoio a Bolsonaro por achar que governo se vende a chineses
atualizado
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Tido como guru pela ala ideológica do governo, o escritor Olavo de Carvalho aumentou muito o tom de suas críticas e mirou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem acusa de não radicalizar o suficiente contra seus inimigos.
O escritor também retomou teorias conspiratórias sobre o coronavírus – como a de que a China teria criado a doença em laboratório para lucrar com o tratamento – e defendeu a retirada de “dúzias de filhos da puta” do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), de modo que essas instituições não precisem ser fechadas.
Carvalho abriu a artilharia na manhã desta segunda-feira (20/04), um dia após o Brasil registrar atos pedindo intervenção militar. Ele, então, negou que seja guru do bolsonarismo, afinal, na sua visão, o governo jamais lhe deu ouvidos em questões essenciais.
“Por exemplo, desde o primeiro dia, insisti em que jamais dissesse uma palavra contra entidades gerais abstratas, como ‘a mídia’, ‘a classe política’ etc., mas atacasse somente agentes individuais bem caracterizados, e aliás o fizesse por ações na Justiça em vez de destampatórios verbais”, escreveu.
O escritor direcionou as críticas a Bolsonaro e disse que “ainda” está do lado do presidente, “mas não para ajudá-lo alegremente a se foder”. O principal problema do país, para Carvalho, é a natureza do relacionamento com seu maior parceiro comercial, a China. Para ele, Bolsonaro, “em vez de ouvir o amigo sincero, deixou-se levar por generais puxa-sacos da China”.
“Dinheiro chinês é vírus”, alerta o escritor, antes de partir para os ataques com sua linguagem característica: “Quem gosta de fazer negócio com a China tem mentalidade de putinha barata”; e “desonrar-se por ânsia de dinheiro é, na melhor das hipóteses, pragmatismo anal”.
Além dessas postagens, Olavo de Carvalho está disseminando uma série de vídeos nos quais denuncia supostas tentativas de golpe contra Bolsonaro e minimiza a gravidade do coronavírus.