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Ofício comprova que carta da Pfizer chegou a Bolsonaro em setembro

Número dois do gabinete presidencial acusou recebimento de documento e encaminhou proposta ao Ministério da Saúde e à Casa Civil

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Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro Marcelo Queiroga durante evento de Assinatura do contrato de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília.
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro Marcelo Queiroga durante evento de Assinatura do contrato de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A carta enviada ao governo brasileiro, em 12 de setembro de 2020, pela farmacêutica Pfizer, chegou ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo ofício registrado no sistema do Palácio do Planalto, e a confirmação de recebimento foi feita dois dias depois.

O documento foi obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI), divulgado pelo “O Antagonista” e confirmado pelo Metrópoles. A carta da Pfizer tratava de ofertas de doses de vacina contra a Covid-19.

De acordo com os registros internos, a chefe de Gestão Interna do Gabinete Pessoal da Presidência, Aida Íris de Oliveira, respondeu o e-mail em 14 de setembro, dois dias após o Planalto ter sido contatado.

No ofício, a “número dois” do gabinete confirma que recebeu a proposta, mas que, em razão da “natureza do assunto”, o documento estava sendo encaminhado para o Ministério da Saúde e para a Casa Civil.

A resposta à empresa sobre a oferta só seria dada dois meses depois.

Veja:

RESPOSTA_PEDIDO_RESP NUP 00137_008365_2021_70_02_06_2021 – CC – SEI_00063.002594_2020_19 by Tacio Lorran Silva on Scribd

A carta

A carta da Pfizer foi citada pela primeira vez durante depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten à CPI da Covid. Na ocasião, ele afirmou que uma carta enviada pela farmacêutica ao governo ficou sem resposta por dois meses.

Enviada em 12 de setembhro, Wajngarten afirmou que tomou conhecimento do documento apenas em 9 de novembro. O ex-secretário disse que apesar de não aparecer entre os destinatários originais, buscou contato com a empresa tão logo soube da oferta.

No documento, o nome vice-presidente aparece entre os destinatários, bem como o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos ministros Braga Netto (à época na Casa Civil), Eduardo Pazuello (então na Saúde) e Paulo Guedes (Economia).

53 e-mails da Pfizer foram ignorados

Na semana passada, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o governo federal ignorou 53 e-mails da farmacêutica Pfizer ofertando doses de vacinas contra Covid-19 ao Brasil.

O número de mensagens divulgado pelo parlamentar partiu, segundo ele, da análise de documentos recebidos pelo colegiado. Randolfe afirma que o último e-mail é datado de 2 de dezembro do ano passado.

“É um e-mail desesperador da Pfizer pedindo algum tipo de informação, porque eles queriam fornecer vacinas ao Brasil”, disse.

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