OAB: Santa Cruz cobra que Lira e Pacheco “tomem posição” sobre Bolsonaro
Presidente da Ordem afirmou que “chegou o momento histórico” de o senador e o deputado adotarem medidas contra as ameaças de Bolsonaro
atualizado
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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, cobrou que os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), “tomem posição” em relação às falas do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em discursos a apoiadores nesta terça-feira (7/9).
Segundo Santa Cruz, “chegou o momento histórico” de o senador e o deputado adotarem medidas contra as investidas antidemocráticas de Bolsonaro. Mais cedo, o mandatário do país afirmou que não cumpriria decisão judiciais que fossem expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente, usando dinheiro público, transformou a data nacional em evento particular, a serviço de seus interesses golpistas. A sociedade espera atitude firme de defesa da democracia ameaçada”, publicou Santa Cruz no Twitter.
O presidente, usando dinheiro público, transformou a data nacional em evento particular, a serviço de seus interesses golpistas. Chegou o momento histórico de os presidentes da Câmara e do Senado tomarem posição. A sociedade espera atitude firme de defesa da democracia ameaçada.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) September 7, 2021
Ameaças
A posição do representante da OAB decorre das ameaças de Bolsonaro ao STF. Em sua fala na Avenida Paulista, em São Paulo, o mandatário da República fez referências diretas ao ministro Alexandre de Moraes. “Temos um ministro dentro do Supremo que ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos.”
O chefe do Executivo federal afirmou ainda: “Um ministro que deveria zelar pela nossa liberdade, pela democracia, pela Constituição, faz exatamente o contrário. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede pra sair”. Em outro trecho, repetiu: “Não vamos mais admitir pessoas, como Alexandre de Moraes, que desrespeitam nossa Constituição”.
O titular do Planalto questionou a independência do Supremo. “Respeitamos todas as instituições. Quando alguém do Poder Executivo começa a falhar, eu converso com ele. Se não se enquadra, eu demito. Quando um deputado ou senador começa a fazer algo que está fora das quatro linhas, ele é submetido ao conselho de ética e pode perder seu mandato. Mas no STF isso não acontece.”
“Nunca serei preso”
Bolsonaro também atacou aqueles que mencionam a possibilidade de impeachment ou apontam supostos crimes cometidos por sua administração. “E dizer àqueles que querem me tornar inelegível: só Deus me tira de lá”, disse. E avisou: “Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso!”
Assim como em Brasília, o mandatário do país voltou a falar sobre a possibilidade de não seguir a Constituição: “A indignação de vocês foi crescendo. O nosso povo sempre primou pela liberdade, sempre respeitamos as leis e a nossa Constituição. Esse presidente que vos fala sempre esteve dentro das quatro linhas da Constituição. Agora, chegou o momento de dizermos às pessoas que abusam da força e do poder, de dizer que agora tudo vai ser diferente”.