OAB pede que Pazuello seja processado por crimes contra a saúde
Entidade representou na Procuradoria da República no Distrito Federal contra ex-ministro da Saúde
atualizado
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entregou à Procuradoria da República no Distrito Federal representação contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para que ele seja processado criminalmente pelos crimes comuns de perigo para a vida ou saúde de outrem; infração de medida sanitária preventiva; emprego irregular de verbas ou rendas públicas; e prevaricação.
A representação, assinada pelo presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, foi apresentada nesta quinta-feira (25/3).
O documento pede que sejam ouvidas como testemunhas os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do médico Miguel Nicolelis e do biólogo Átila Iamarino.
São citadas diversas condutas de Pazuello nos 10 meses em que ficou à frente da pasta, sob alegação de que ele é “diretamente responsável pela indefensável gestão da crise sanitária que o Brasil vem enfrentando em razão da Covid-19”.
O documento afirma que o general era inexperiente em gestão de saúde pública e credita a nomeação ao alinhamento com a visão defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acerca da utilização de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19, o chamado “tratamento precoce”.
Assim que assumiu o posto, Pazuello assinou um protocolo que recomendava a utilização da hidroxicloroquina e da cloroquina (juntamente com a azitromicina, um antibiótico) em pacientes com sintomas leves da infecção.
Também são citadas na representação o mau uso de verbas públicas, a ingerência na crise de oxigênio em Manaus (AM) e disputas políticas em torno da vacinação no país.
“Os efeitos dessas condutas do representado agravam sobremaneira os danos sociais da sua ação criminosa, pois contrariam orientações da OMS e do próprio Ministério da Saúde. Distanciamento social salva vidas”, diz o texto.
Veja a íntegra da representação: